IEMANJÁ TEM COR?
Palavras-chave:
Arte; Performance; Iemanjá; Racismo ReligiosoResumo
O presente trabalho busca investigar através da expressão artística da performance, como a cultura de matriz africana atravessa e é atravessada pela e na cidade, uma vez que estimula o simbólico e imaginário de cada sujeito social, e assim proporcionar novos conhecimentos e concepções que possam ampliar e despertar novos campos de visão, incluindo de modo potencializado o respeito por ações afirmativas urbanas e o combate ao racismo ambiental e racismo religioso. Tendo como recorte de estudo o território afetivo à beira mar do Rio Vermelho, bairro de Salvador, onde ocorrem diversos encontros culturais. Na cidade contemporânea, a obra de arte pode ser vista como um lugar de (re)significações plurais escritas a partir da multiplicidade de expressões artísticas e suas diversas maneiras de exposição, concepção e discursos. Nessa cena, emerge a arte urbana enquanto fenômeno metafórico que representa os diálogos com o ser humano, com o território e com a cultura, em ações afirmativas. Considerando a relação sagrada e profana presentes na festa de Iemanjá, e suas representações imaginárias e simbólicas no inconsciente coletivo, busca-se, através da abordagem qualitativa, partindo de uma perspectiva multidisciplinar diante de três elementos inter-relacionados: os indivíduos, o ambiente e as situações vivenciadas e experimentadas, especialmente durante as performances, em análise abrangente da conjuntura, onde percepções e olhares se constituem ao passo que são constituídas. A arte à beira mar do Rio Vermelho revela as relações do sujeito social que se interpela pela arte, se influencia pela identidade territorial do espaço e suas narrativas que configuram uma representação para o bairro em épocas festivas.