Salvador e Suas Cores https://periodicos.ufba.br/index.php/ssc <p>A revista “Salvador e Suas Cores” se apresenta em dossies temáticos compostos por trabalhos selecionados em evento homônimo. É publicada pelo ao grupo de pesquisa EtniCidades vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo. Objetiva dar visibilidade às pesquisas e experiencias acadêmicas (ensino e extensão) e contribuir ao debate mais amplo e qualificado sobre os nexos entre arquitetura, urbanismo e cidade e os atravessamentos com questões étnicos-raciais.<br />Área do conhecimento: Ciências Sociais Aplicadas<br />ISSN (online): 2966-4322 - Periodicidade: Anual </p> pt-BR ssc.ufba@gmail.com (ssc contato) ssc.ufba@gmail.br (ssc contato) sex, 18 out 2024 20:38:24 +0000 OJS 3.2.1.4 http://blogs.law.harvard.edu/tech/rss 60 Mapeamento dos espaços sagrados afro-brasileiros de Barreiras-BA https://periodicos.ufba.br/index.php/ssc/article/view/64265 <p>Este artigo apresenta os resultados da pesquisa `Mapeamento dos Espaços Sagrados Afro-Brasileiros de Barreiras-BA`, que investiga as relações entre os grupos religiosos de matriz afro-brasileira e os espaços ocupados na cidade de Barreiras, oeste da Bahia. Utilizando o conceito de terreiros do Muniz Sodré 2019, entende-se que estes são os espaços sagrados afro brasileiros e que merecem ser estudados pois tem importância singular na formação do espaço urbano, na identidade cultural brasileira e expressa “[...] o conjunto das relações de ascendência e descendência regidas por uma ancestralidade que não se define apenas biologicamente, mas também política, mítica e ideologicamente.” (Sodré, 2019, p. 71). Deste modo, foram realizadas aproximações em vários terreiros de umbanda e candomblé da cidade, observando seus espaços internos e externos, coletando suas geolocalizações para elaborar um mapa dos terreiros de Barreiras. Acredita-se que essa cartografia servirá de base de dados para futuras políticas urbanas de atenção aos territórios negros (Cunha Jr, 2001; 2007) barreirenses, bem como subsidiará novos estudos sobre a crescente urbanização na cidade de Barreiras. Neste projeto, empregou-se diversas metodologias, incluindo entrevistas semiestruturadas com participantes e líderes dos terreiros, revisão bibliográfica sobre o tema, análise dos depoimentos gravados e observação direta dessas práticas religiosas. A pesquisa proporcionou aproximação com as comunidades de terreiros em Barreiras, revelando a complexidade de suas práticas, a influência das culturas indígena e africana na cultura local, e a importância desses terreiros na dinâmica cultural, social e religiosa da cidade, resultando em um mapa preliminar permeado por análises socioespaciais.</p> Delânia Santos Azevedo Batista, Matheus dos Reis Barboza Copyright (c) 2024 Salvador e Suas Cores https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 https://periodicos.ufba.br/index.php/ssc/article/view/64265 sex, 18 out 2024 00:00:00 +0000 ESTRATÉGIAS DE APAGAMENTO DA VIDA DO QUILOMBO CAÇANDOCA https://periodicos.ufba.br/index.php/ssc/article/view/64269 <p>O texto busca apresentar como, ao longo do tempo, o Quilombo Caçandoca sofreu e sofre diversas investidas visando sua morte. Dentre essas investidas, aponto estratégias de diversas naturezas, sendo elas a especulação imobiliária, a legislação fundiária, a política ambiental, o desmonte educacional e o apagamento cultural. O artigo não pretende esgotar o tema nem afirmar que essas são todas as formas de investidas contra o quilombo. O principal objetivo é expor que mesmo com os recentes avanços legais que deveriam assegurar a existência do quilombo, o poder público se opõe à legislação quando se trata de territórios tradicionais</p> Mariana de Freitas Andrade Copyright (c) 2024 Salvador e Suas Cores https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 https://periodicos.ufba.br/index.php/ssc/article/view/64269 sex, 18 out 2024 00:00:00 +0000 TERRA DE TERREIRO: POSSÍVEIS CAMINHOS PARA REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DOS TERREIROS DE CANDOMBLÉ https://periodicos.ufba.br/index.php/ssc/article/view/64268 <p>Esse artigo aborda o instituto da regularização fundiária pensada a partir da dinâmica e complexidade dos terreiros de candomblé. A ideia é contribuir para a discussão e o debate da função social da propriedade, considerando os templos religiosos negros aqui abordados enquanto espaços de resistência, manutenção da tradição e memória, bem como, os direitos reais podem nascer dessa relação de permanência/resistência no espaço urbano pelas comunidades-terreiro, com isso vem a necessidade de regularizar tais espaços sagrados através dos instrumentos jurídicos e modos de aquisição apresentados, conforme é ditado pela própria legislação brasileira, além disto, a abordagem destes temas na esfera estadual baiana. A análise normativa apresenta-se de forma crítica, frente às próprias dificuldades existentes quanto às formas/modelos de regularização fundiária dos terreiros de candomblé, historicamente excluídos e invisibilizados dos processos institucionais e políticas públicas universalistas, ainda que, reiteradamente, demonstrada e comprovada sua importância na história de formação e riqueza cultural do nosso país. Dessa forma, pensar a regularização fundiária dos terreiros de candomblé, é pensar a proteção cultural material e imaterial desses templos religiosos, garantindo, inclusive, sua devida infraestrutura.</p> LAYS CONCEIÇÃO FRANCO FON Copyright (c) 2024 Salvador e Suas Cores https://periodicos.ufba.br/index.php/ssc/article/view/64268 sex, 18 out 2024 00:00:00 +0000 NEGRA PARAÍBA: RACISMO RELIGIOSO E O CASO DA ESTÁTUA DE IEMANJÁ EM JOÃO PESSOA. https://periodicos.ufba.br/index.php/ssc/article/view/64267 <p>Este trabalho se dedica e problematizar elementos do racismo religioso na cidade de João Pessoa. A partir desta realidade e adotando enquanto objeto de análise a violenta condição de depredação permanente da estátua de Iemanjá, na orla de cidade, a discussão se desenvolve a partir de questões sobre racismo estrutural (ALMEIDA, 2019); direito à cidade; e luta por reconhecimento a partir de formas de interseccionalidade, (COLLINS, 2019) protagonizadas pelas Iyálorixás da Paraíba. Na encruzilhada que reside no contraponto entre: o avanço do mercado imobiliário e a luta por preservação ambiental de alguns núcleos, observou-se um contexto de negligência e perseguição enfrentada pelas religiões negras neste território. Para a construção deste artigo foram utilizadas enquanto metodologia: observação participante; etnografias; entrevistas e notícias jornalísticas, além de meu próprio testemunho enquanto mulher negra de Axé. Assim, o estudo acerca do fato mencionado trata-se de uma tentativa em elaborar um quadro analítico sobre a luta por reconhecimento do povo-de-santo da Paraíba na contracorrente de episódios consecutivos e incessantes de intolerância religiosa. Na interface com processos de reconhecimento cultural e urbanístico, este trabalho busca, além de dar visibilidade ao caso, analisar a emergência de ações de preservação ambiental protagonizadas por Iyálorixás enquanto lideranças comunitárias na linha de frente deste conflito.</p> HERMANA OLIVEIRA Copyright (c) 2024 Salvador e Suas Cores https://periodicos.ufba.br/index.php/ssc/article/view/64267 sex, 18 out 2024 00:00:00 +0000 POVOS TRADICIONAIS EM MINAS GERAIS: direitos em disputa e a luta por reparação no Médio Rio Doce https://periodicos.ufba.br/index.php/ssc/article/view/64266 <p>A Barragem do Fundão, localizada em Mariana (MG) pertencente a três mineradoras transnacionais, se rompeu em novembro de 2015, matando 19 pessoas e despejando milhões de m³ de rejeito de minério no Rio Doce e seus afluentes. Oito anos após o que é considerado o maior crime socioambiental no Brasil e o maior envolvendo mineração no mundo, a população atingida ainda luta por reconhecimento de seus direitos e por uma reparação integral. A relação intrínseca entre mineração e raça, construída durante a formação histórica (e colonialista) do estado de Minas Gerais se perpetua até os dias atuais: os municípios com barragens de mineração são em sua maioria territórios negros. A região do Médio Rio Doce se configura com grande presença de povos e comunidades tradicionais, que apesar de ter seus direitos reconhecidos por lei nacionais e tratados internacionais, vêm passando por constantes violações de seus direitos. Este artigo tem como objetivo discutir brevemente a complexa situação dos tradicionais atingidas pelo rompimento da barragem, assim como apresentar uma versão preliminar dos danos identificados até o momento.</p> GABRIELA MAGALHÃES AZEVÊDO, FRANCISCO PHELIPE DA CUNHA PAZ Copyright (c) 2024 Salvador e Suas Cores https://periodicos.ufba.br/index.php/ssc/article/view/64266 sex, 18 out 2024 00:00:00 +0000 VILLA DE SONHOS: EMPODERAMENTO ECONÔMICO FEMININO PROTAGONIZADO PELAS BEIJUZEIRAS DO QUILOMBO DE CORDOARIA, CAMAÇARI-BA https://periodicos.ufba.br/index.php/ssc/article/view/64255 <p>O projeto Villa de sonhos é um projeto de responsabilidade Social da empresa Villa Camarão, que surgiu para colocar em prática o propósito da empresa e buscou empoderar mulheres negras Beijuzeiras da Comunidade Quilombola de Cordoaria, Camaçari, Bahia. Baseou-se na metodologia Participativa para Assistência Técnica em Habitações Rurais, visando desenvolvimento econômico inclusivo, emprego produtivo e trabalho decente para chefes de família mulheres. As ações incluíram capacitação, mentoria, promoção do associativismo, legalização da Associação das Beijuzeiras. Reformas nas unidades produtivas e da Casa de Farinha permitiram a venda dos beijus para a merenda escolar, aumentando a renda. Resultados: 95 pessoas impactadas diretamente, 412 indiretamente, 42 horas de capacitação, unidade produtiva Beiju criada, Casa de Farinha reformada, associação legalizada. A comunidade teve revitalização cultural, as mulheres se tornaram líderes empreendedoras, mantendo a tradição do beiju. O projeto Villa de Sonhos mostra a viabilidade de mudanças sociais via envolvimento empresarial e voluntariado. Alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, destaca importância de valorizar e capacitar comunidades, promovendo desenvolvimento econômico inclusivo.</p> <p><strong>&nbsp;</strong></p> LÍLIAN FARIAS, INGRID RAPOLD Copyright (c) 2024 Salvador e Suas Cores https://periodicos.ufba.br/index.php/ssc/article/view/64255 sex, 18 out 2024 00:00:00 +0000 MÃE STELLA DE OXÓSSI E AS DISPUTAS POR UMA CIDADE NEGRA https://periodicos.ufba.br/index.php/ssc/article/view/64264 <p>Neste artigo realizo uma discussão sobre a importância da presença dos monumentos que representam a população negra em Salvador. A análise foi realizada a partir da atuação de um importante ialorixá, Mãe Stella de Oxóssi e seu reconhecimento público com a inauguração, em 2019, de um monumento que representa tanto a líder do terreiro Ilê Axé Opô Afonjá quanto a divindade da caça e das matas, Oxóssi. A estátua foi construída pelo escultor Tatti Moreno e vem sofrendo sistemáticos ataques. Sendo assim, o debate aqui, está centrado na disputa por memória e narrativa e também o direito à ocupação da cidade pela população negra com símbolos relevantes para a sua cultura, história e identidade. É indubitável a força da luta de mãe Stella no combate à discriminação dos negros, das mulheres e dos adeptos das religiões de matrizes africanas. Sua atuação possibilitou novas perspectivas para um conjunto de sujeitos marginalizados socialmente e comunidades desvalorizadas</p> DEBORA SIMÕES DE SOUZA SOUZA Copyright (c) 2024 Salvador e Suas Cores https://periodicos.ufba.br/index.php/ssc/article/view/64264 sex, 18 out 2024 00:00:00 +0000 CONVERGÊNCIAS ENTRE QUILOMBAGEM, QUILOMBISMO E COMUNITARISMO AFRICANO NUMA AÇÃO DE EXTENSÃO COMUNITÁRIA NO KAONGE E EM SANTIAGO DO IGUAPE-BA https://periodicos.ufba.br/index.php/ssc/article/view/64263 <p>O artigo visa identificar e descrever convergências de princípios da Quilombagem, do Quilombismo e do Comunitarismo africano à luz de Abdias do Nascimento, Beatriz Nascimento e Clóvis Moura, em um projeto pontual de Extensão do Grupo de Pesquisa Etnicidades do Programa de Pós Graduação em Arquitetura e Urbanismo (PPGAU, UFBA), nas localidades quilombolas do Kaonge, na Festa tradicional da Ostra, e na observação de ações comunitárias de organizações locais em Santiago do Iguape, distritos de Cachoeira-Ba. Utilizou-se observação participante, fotografia e filmagem, ações&nbsp; educativas, através de rodas de conversa e oficinas brincantes e apreciação da gastronomia local. Concluiu-se que, princípios que mantêm os espaços auto construídos nestas comunidades quilombolas Kaonge e Iguape convergem ao pensamento dos autores trabalhados. O trabalho de Extensão possibilitou perspectivas metodológicas participativas à pesquisa, mantendo unidade entre pensar-sentir-fazer, destacando como convergências: liderança feminina, noção ampliada de família, partilha da terra e da produção, ajeum, corporeidades no samba, culto ao sagrado afro-diaspórico, formas circulares nos diálogos de rodas de prosa.</p> LIANE MONTEIRO, RODRIGO DOS SANTOS COSTA, ROGÉRIO ROSÁRIO Copyright (c) 2024 Salvador e Suas Cores https://periodicos.ufba.br/index.php/ssc/article/view/64263 sex, 18 out 2024 00:00:00 +0000 LENTE HUMANA, OLHOS MECÂNICOS: UM “FUXICO” EM FORMA ENSAIO FOTOGRÁFICO DA FESTA DO BEMBÉ DO MERCADO https://periodicos.ufba.br/index.php/ssc/article/view/64262 <p>Esse trabalho tem como objetivo fazer a leitura sensível de um território de Matrizes Afrodiaspóricas através de um ensaio fotográfico para revelar a estética das religiões de terreiro de candomblé no Recôncavo baiano. O local escolhido para a realização deste ensaio fotográfico foi a cidade de Santo Amaro na festa do Bembé do Mercado. Essa festividade é uma comemoração da liberdade dos negros, idealizada por João Oba um líder religioso do Camdomblé. A festa teve início logo após a assinatura da Lei Áurea em 1889. Esse ato é um símbolo de resistência contra o escravismo. Para dialogar com esse sistema eu procuro refletir apoiada pelo pensamento de autores como Nascimento (2018), Braga (2019), Cunha Júnior (2019), Valdina (2022), e também Munanga (1996), para buscar entender quais as formas de articulação dessa população negra vem produzindo resistência para garantir o direito de praticar sua cultura, da qual faz parte o candomblé e a umbanda. A Festa do Bembé do Mercado, é um marco de resistência reconhecido e garantido pelo poder público. Ela é símbolo das religiões de matriz africana, que ao longo do tempo vem sofrendo vários ataques de cunho racista. Esse ensaio fotográfico é uma maneira de mostrar a produção sensível dessa festa religiosa que tem muito significado singular para quem vive a religião de matriz africana. Nesse sentido, o ensaio fotográfico não é apenas um ato de fotografar e sim um ato de reconhecimento, valorização, respeito. É também uma experiência de aprendizado</p> MARA ROSANE DIAS GOULART Copyright (c) 2024 Salvador e Suas Cores https://periodicos.ufba.br/index.php/ssc/article/view/64262 sex, 18 out 2024 00:00:00 +0000 A ESPACIALIDADE NEGRA DA EDUCAÇÃO NA COMUNIDADE ROSALINA, FORTALEZA-CE https://periodicos.ufba.br/index.php/ssc/article/view/64261 <p>Este trabalho refere-se a um trecho de uma dissertação defendida em 2023 que enveredou pela investigação no campo da autobiografia, do patrimônio cultural negra, da forma negra urbana e da educação na Comunidade Rosalina, um bairro negro da cidade de Fortaleza. O objetivo aqui é abordar a espacialidade negra da educação na Rosalina, sua forma e conteúdo no dia a dia da população negra que mora no bairro. Foi utilizado a metodologia afrodescendente de pesquisa, os percursos urbanos, as memórias e (auto)biografia negras como estratégia de traduzir o cotidiano específico da Comunidade. Observa-se que a consciência do entorno, do local onde vive é uma dimensão da educação observada. A solidariedade e as formas associativas por meio de redes e família extensiva constituem-se como outro aspecto importante presente no cotidiano educativo da Comunidade Rosalina, de forma que explica o contexto histórico da sua própria existência que se relaciona com os seus antepassados. As formas educativas da comunidade Rosalina evoca vivências e memória-histórico-ancestral.</p> TIAGO SOUZA DE JESUS, HENRIQUE CUNHA-JUNIOR Copyright (c) 2024 Salvador e Suas Cores https://periodicos.ufba.br/index.php/ssc/article/view/64261 sex, 18 out 2024 00:00:00 +0000 O LUGAR DAS AFRICANIDADES NA CIDADE DE PETRÓPOLIS – ENSAIO PARA UMA CARTOGRAFIA DO AFETO https://periodicos.ufba.br/index.php/ssc/article/view/64260 <p>Esse artigo tem como objetivo apontar alguns referenciais teóricos e metodológicos que desmontam os discursos narrativos urbanísticos recorrentes sobre a “Cidade Imperial”, desmistificando as concepções imagéticas a respeito da cidade de Petrópolis. Ao longo do texto apresentamos alguns dados históricos, geográficos e urbanísticos, com a finalidade de evidenciar as perversas formas de segregação urbana, pilhagens sistemáticas e as mais variadas situações de racismo, especialmente, o ambiental, estrutural e institucional. Por fim, propomos um ensaio conceitual para a construção do que estamos chamando de Cartografia do Afeto – motivo de nossas atuais pesquisas em doutoramento. Acreditamos que um novo tipo de cartografia nos possibilite mapear, não apenas as trágicas situações vividas, cotidianamente, pelo povo negro na cidade, mas sobretudo dignificar e visualizar nossa urbanidade, sapiência e humanidade.</p> ROBERTA DOS SANTOS GREGÓRIO NEVES Copyright (c) 2024 Salvador e Suas Cores https://periodicos.ufba.br/index.php/ssc/article/view/64260 sex, 18 out 2024 00:00:00 +0000 COMO OS PROCESSOS DE URBANIZAÇÃO REFORÇAM UM FAZER-CIDADE RACISTA: UMA REFLEXÃO A PARTIR DE PORTO ALEGRE/RS https://periodicos.ufba.br/index.php/ssc/article/view/64259 <p class="Normal1" style="text-indent: 0cm; line-height: normal;"><span style="font-size: 10.0pt; font-family: 'Arial',sans-serif;">A questão racial no planejamento urbano não é muito abordada no Brasil, e as particularidades das territorialidades negras continuam invisibilizadas e subordinadas às práticas urbanas hegemônicas. Nesse sentido, compreender a mercantilização da cidade, o racismo como modo de estrutura social e os processos de urbanização hegemônicos nos permite refletir sobre a perpetuação da produção urbana racista e da desigualdade social brasileira. Assim, partindo de reflexões teóricas, observaremos esses processos que marcam a trajetória de Porto Alegre/RS, com o objetivo de refletir sobre as questões étnico-raciais nos padrões de planejamento e nos processos de (des)envolvimento da cidade, buscando compreender e denunciar as dinâmicas de exclusão das territorialidades negras na cidade, entendidas neste artigo por quilombos urbanos e bairros negros. A análise da cidade se deve por seu caráter complexo e, por vezes, paradoxal, pois por um lado é considerada pioneira no âmbito do planejamento urbano e é reconhecida mundialmente pelo Orçamento Participativo, ao passo que é lembrada por seus grandes projetos urbanos e suas remoções de populações pretas e pobres das áreas centrais para a periferia. Com isso é possível entender que a participação popular no planejamento urbano é seletiva e racializada, corroborando as ações do Estado que privilegiam o mercado imobiliário e os capitalistas raciais e marginalizam a população negra. </span></p> ANDRESSA VALENTIN DE MENEZES, NATHÁLIA PEDROZO GOMES, SHERLEN CIBELY RODRIGUES BORGES Copyright (c) 2024 Salvador e Suas Cores https://periodicos.ufba.br/index.php/ssc/article/view/64259 sex, 18 out 2024 00:00:00 +0000 PORTÃO, BAIRRO NEGRO: CULTURA E REDESCOBERTAS COMO PATRIMÔNIO IMATERIAL DE HERANÇA AFRICANA https://periodicos.ufba.br/index.php/ssc/article/view/64258 <p>Portão é considerado o bairro mais velho de Governador Mangabeira, cidade localizada na Bahia, no Recôncavo baiano. Considerando a população majoritariamente negra, que sobrevive com parca remuneração nessa localidade, este estudo traz como objeto de análise o bairro Portão, visando abordar o tema racismo, violências e ressignificações culturais. Com base em uma perspectiva antirracista, objetiva-se discutir as inter-relações que se estabelecem entre o racismo e formas variadas de violência como meio de exclusão e invisibilização da herança cultural africana no bairro Portão. Para tanto, realizou-se uma pesquisa exploratória e qualitativa, delineada pelo pensamento negro antirracista e procedimentos metodológicos interativos de quem pesquisa e é pesquisado, através da Metodologia Afrodescendente interpretativista. Foram adotados ainda os percursos urbanos com registros fotográficos e anotações relevantes enquanto estratégias que contribuem para sustentação dos dados empíricos, através dos traçados dos espaços sociais que guardam memória ancestral da cultura afro-brasileira. O estudo possibilita uma compreensão da discriminação racial como materialização do racismo estrutural à população negra do bairro do Portão, engendrado pelos marcadores raciais, culturais e econômicos, que resultam em violência e exclusão. Todavia, entende-se que o antirracismo pode instrumentalizar à compreensão desse bairro como um espaço geograficamente negro, ressignificando o território como patrimônio imaterial cultural de herança ancestral africana.</p> MARIA ASENATE C. FRANCO Copyright (c) 2024 Salvador e Suas Cores https://periodicos.ufba.br/index.php/ssc/article/view/64258 sex, 18 out 2024 00:00:00 +0000 MENDIGANDO ESTUDANTES”: SEGREGAÇÃO RACIAL DO ESPAÇO E VIOLÊNCIA URBANA NA EXPERIÊNCIA DE EDUCADORES/AS DA REDE ESTADUAL DE ENSINO EM SALVADOR/BA https://periodicos.ufba.br/index.php/ssc/article/view/64256 <p>O abandono escolar difere do processo de evasão por seu caráter extraordinário: pode ocorrer a qualquer tempo durante o ano letivo. Pensando escola pública, em que a maioria dos/as estudantes de sua comunidade é negra, há um risco eminente de abandono por motivação de violência, cenário apresentado no Atlas da Violência 2017, onde a cada 23 minutos um jovem negro de 15 a 29 anos é assassinado no Brasil. Além da possibilidade da perda de membros do corpo estudantil, existe a relação diária com um contexto de desumanidades, presenciando diariamente paisagens de dor e perda, que reproduzem-se em posturas e comportamentos no espaço de socialização que é a escola. Este artigo pretende compreender como a escola lida com esta conjuntura, a partir da experiência de educadoras/es que atuam nesta condição de vulnerabilidades. A pesquisa é do tipo qualitativa, e utilizou-se de Entrevistas Compreensivas a fim de proceder à produção dos dados. Objetiva-se analisar as diferentes facetas dos processos psicossociais resultantes de contextos de luto ou abandono escolar de jovens negros/as, de modo a compreender como estes impactam as vivências de educadores/as que atuam na rede estadual de ensino em Salvador/BA. Os resultados apontam que educadores/as, podem identificar mudanças de postura, quedas de rendimento, comportamentos destrutivos e até mesmo, o abandono por óbito do/a estudante, havendo a necessidade de um diálogo franco sobre violências e processos de luto para influenciar palavras e ações na comunidade escolar, e o desenvolvimento de um espaço de acolhimento.</p> LORENA STEPHANIE SANTOS CERQUEIRA Copyright (c) 2024 Salvador e Suas Cores https://periodicos.ufba.br/index.php/ssc/article/view/64256 sex, 18 out 2024 00:00:00 +0000 IEMANJÁ TEM COR? https://periodicos.ufba.br/index.php/ssc/article/view/64279 <p>O presente trabalho busca investigar através da expressão artística da performance, como a cultura de matriz africana atravessa e é atravessada pela e na cidade, uma vez que estimula o simbólico e imaginário de cada sujeito social, e assim proporcionar novos conhecimentos e concepções que possam ampliar e despertar novos campos de visão, incluindo de modo potencializado o respeito por ações afirmativas urbanas e o combate ao racismo ambiental e racismo religioso. Tendo como recorte de estudo o território afetivo à beira mar do Rio Vermelho, bairro de Salvador, onde ocorrem diversos encontros culturais. Na cidade contemporânea, a obra de arte pode ser vista como um lugar de (re)significações plurais escritas a partir da multiplicidade de expressões artísticas e suas diversas maneiras de exposição, concepção e discursos. Nessa cena, emerge a arte urbana enquanto fenômeno metafórico que representa os diálogos com o ser humano, com o território e com a cultura, em ações afirmativas. Considerando a relação sagrada e profana presentes na festa de Iemanjá, e suas representações imaginárias e simbólicas no inconsciente coletivo, busca-se, através da abordagem qualitativa, partindo de uma perspectiva multidisciplinar diante de três elementos inter-relacionados: os indivíduos, o ambiente e as situações vivenciadas e experimentadas, especialmente durante as performances, em análise abrangente da conjuntura, onde percepções e olhares se constituem ao passo que são constituídas. A arte à beira mar do Rio Vermelho revela as relações do sujeito social que se interpela pela arte, se influencia pela identidade territorial do espaço e suas narrativas que configuram uma representação para o bairro em épocas festivas.</p> JUREMA CASTRO COUTO CALDAS, LILIANE VASCONCELOS Copyright (c) 2024 Salvador e Suas Cores https://periodicos.ufba.br/index.php/ssc/article/view/64279 sex, 18 out 2024 00:00:00 +0000 RESISTÊNCIA NEGRA NO CENTRO DE SÃO PAULO: QUEM SÃO OS MORADORES DAS OCUPAÇÕES DE EDIFÍCIOS ABANDONADOS https://periodicos.ufba.br/index.php/ssc/article/view/64278 <p>Esse artigo tem como objetivo discutir a segregação socioespacial de uma perspectiva racial, a partir da análise de mapas da cidade de São Paulo e de dados socioeconômicos de moradores de 13 ocupações de edifícios na região central, levantados entre 2021 e 2023, pelo trabalho conjunto de assessorias técnicas e movimentos sociais de luta por moradia. Foram apresentados mapas que demonstram que a segregação urbana apresenta um recorte racial e analisados os indicadores de raça e gênero dos moradores, assim como os de trabalho, renda e mobilidade, que foram comparados a mapas de acesso a emprego formal, renda média mensal e tempo de deslocamento. O trabalho objetiva contribuir com a discussão sobre a importância das ocupações de moradia no centro de São Paulo para a luta contra a segregação urbana racializada.</p> JULISE DO NASCIMENTO RIBEIRO Copyright (c) 2024 Salvador e Suas Cores https://periodicos.ufba.br/index.php/ssc/article/view/64278 sex, 18 out 2024 00:00:00 +0000 POLÍTICAS DE AÇÕES AFIRMATIVAS E COMBATE AO RACISMO ESTRUTURAL A LUZ DO DEBATE SOBRE ANTIRRACISMOS https://periodicos.ufba.br/index.php/ssc/article/view/64280 <p>A partir de uma revisão bibliográfica em torno de raça, racismo, antirracismos, discutimos a maneira como as políticas de ações afirmativas podem contribuir no combate do racismo estrutural. A racialização do mundo em favor do capitalismo mercantil possibilitou a emergência do racismo como estrutura estruturante das sociedades antigamente colonizadas. Olha-se como a categoria raça foi construída, como o racismo se emergiu, dando destaque ao contexto brasileiro. Destaca-se a importância das ações afirmativas para contribuir no combate do racismo estrutural. A luz do debate sobre os antirracismos, aponta-se pela possibilidade para que essas políticas sejam cooptadas pelo neoliberalismo, ao adotar uma postura antirracista liberal que visa “diversificar as elites” permitindo apenas algumas pessoas chegar ao espaço até então reservado às pessoas brancas. Em contrapartida, argumenta-se que é necessário que haja uma vigilância ética e uma política de comprometimento para impedir as tentativas de cooptação. O antirracismo liberal ou neoliberal é um anti-antirracismo. Pois, não tem compromisso com o combate do racismo estrutural, tampouco melhorar a condição da massa popular, mas valendo da representatividade para diversificar “as suas elites”.</p> FRANTZ ROUSSEAU DÉUS, MARGARIDA DUETE LOURENÇO BENDO Copyright (c) 2024 Salvador e Suas Cores https://periodicos.ufba.br/index.php/ssc/article/view/64280 sex, 18 out 2024 00:00:00 +0000 (IN)VISIBILIDADES: o tombamento do patrimônio cultural afro-brasileiro em campinas entre 1988 e 2023 https://periodicos.ufba.br/index.php/ssc/article/view/64277 <p>O município de Campinas/SP tem sua história marcada pela exploração do trabalho escravizado possuindo nas raízes de suas riquezas econômicas e identitárias a cultura afro-brasileira trazida pela diáspora, mas graças a sistemáticos apagamentos desses patrimônios, ancorados em ideologias racistas ao longo de sua história, pouco se sabe sobre tais narrativas afro diaspóricas construídas ao longo dos séculos. Este trabalho busca evidenciar onde estão essas memórias a partir da análise das informações sobre os patrimônios culturais materiais e imateriais tombados e registrados pelo CONDEPACC (Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Campinas), levantando um debate acerca das configurações urbanas ao longo da história da cidade, com as suas grandes remodelações e o que buscou-se preservar do passado. Desse modo, busca-se apontar também perspectivas do quão incipiente é a valorização e reconhecimento dos patrimônios culturais afro-brasileiros&nbsp; através da comparação do que é protegido pelo CONDEPACC e os 20 lugares de memória levantados pelo projeto Campinas Afro, levantamento este feito a partir de indicações da própria comunidade representativa do movimento negro da cidade.</p> ÉRICA RODRIGUES SOARES Copyright (c) 2024 Salvador e Suas Cores https://periodicos.ufba.br/index.php/ssc/article/view/64277 sex, 18 out 2024 00:00:00 +0000 APRESENTAÇÃO: Por ações afirmativas urbanas: racismo, população negra, população indígena e direito à cidade https://periodicos.ufba.br/index.php/ssc/article/view/64275 <p>O&nbsp;<em>Seminário Salvador e Suas Cores 2023: Por Ações Afirmativas Urbanas - Racismo, População Negra, Indígena&nbsp;e Direito à Cidade</em> realizado entre os dias 20 e 24 de Novembro de 2023, na Faculdade de Arquitetura da UFBA, trata dos racismos estrutural, ambiental, institucional, religioso, simbólico, recreativo e algorítmico sofrido pelas populações negras e as suas decorrências no espaço urbano, na cidade e no território, e a necessidade de construção de um debate sobre a construção de Ações Afirmativas Urbanas para a criação e implementação de políticas urbanas antirracistas</p> Fabio Macedo Velame Copyright (c) 2024 Salvador e Suas Cores https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 https://periodicos.ufba.br/index.php/ssc/article/view/64275 sex, 18 out 2024 00:00:00 +0000