Salvador e Suas Cores
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<p>A revista “Salvador e Suas Cores” é anual e se apresenta em dossies temáticos compostos por trabalhos selecionados em evento homônimo. É publicada pelo ao grupo de pesquisa EtniCidades (Grupo de Estudos Étnicos e Raciais em Arquitetura e Urbanismo ), vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da Faculdade de Arquitetura da Universidade Federal da Bahia. Tem como objetivos dar visibilidade às pesquisas e experiencias acadêmicas (ensino e extensão) e contribuir ao debate mais amplo e qualificado sobre os nexos entre arquitetura, urbanismo e cidade e os atravessamentos com questões étnicos-raciais.</p>Universidade Federal da Bahiapt-BRSalvador e Suas Cores2966-4322BAIRROS NEGROS: A PRESENÇA NEGRA NO SUBÚRBIO FERROVIÁRIO E NO MIOLO DE SALVADOR
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<p>O presente artigo é resultado da disciplina “Bairros Negros: a forma urbana das populações negras no Brasil”, oferecida pelos professores Henrique Cunha Júnior e Fábio Velame, no Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal da Bahia. Neste processo, ficou explícito que os bairros negros são os lugares na cidade onde a memória negra e a trajetória de nosso povo estão salvaguardadas, seja nos nomes das localidades, dentro dos terreiros ou nas práticas históricas de sociabilidade e para manutenção das vidas. Com isso, é possível olhar para o miolo da cidade de Salvador e percebê-lo enquanto território descendente de aquilombamentos, sendo necessária uma outra relação com o tempo e o espaço para compreender as dinâmicas urbanas que se dão nos dias atuais. Da mesma forma, é possível observar como as dinâmicas de trabalho e acesso à terra vão dinamizar o assentamento fundiário do subúrbio ferroviário e as estratégias de outrora sendo reproduzidas nas ocupações mais recentes. Concluímos que evocar bairros negros enquanto conceito analítico para compreender as cidades brasileiras é reivindicar uma outra base referencial para dialogar com o Estado, reconhecendo que a administração brancocentrada do mesmo perpetua desigualdades a partir de sua estrutura.</p>AZÂNIA MAHIN ROMÃO NOGUEIRAANALU GARCIA BORGESANTÔNIO PIMENTEL-JÚNIOR
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2024-10-302024-10-306TERREIROS E ORIXÁS E SUA REPRESENTAÇÃO NO ESPAÇO - A IMPORTÂNCIA DA PATRIMONIALIZAÇÃO DO AXÉ ILÊ OBÁ
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<p>A realidade histórica e as imagens reais e mentais que produzimos da cidade se configuram como fatos de direito a cidade. Direito enquanto jurídico, direito enquanto fato social das relações entre os grupos sociais. Religiões de matriz africana, os terreiros de candomblé e umbanda são fatos da realidade urbana da cidade de São Paulo que não se encontram impresso nas imagens da cidade. As identidades sociais e a cidadania se formam através das imagens produzidas. Os patrimônios culturais exercem um papel importante na formação das identidades individuais, coletivas e urbanas, sendo esse um fator importante para a educação e para produção da cidadania. O artigo retoma a discussão da representação e da inclusão dos terreiros de candomblé na imagem da cidade de São Paulo tendo como exemplo o terreiro Axé Ilê Obá, no período de 1984 à 2014, quando da gestão da Ialorixá Mãe Sylvia de Oxalá. Sendo parte do trabalho de mestrado em andamento e tendo como recorte a diáspora negra e a produção das cidades brasileiras.</p>EUNICE GONÇALVES QUEIROZ
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2024-10-302024-10-306AXÉTETURA, ESPAÇOS DO SAGRADO À MARGEM PERSPECTIVA DECOLONIAL DE ESTUDO DE CASO AUTOBIOGEOGRÁFICO
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<p>Axétetura, espaços do sagrado à margem é uma pesquisa teórica desenvolvido por uma perspectiva autobiogeográfica com a teoria- metodologia com diálogo com estudos decoloniais. Em seu aspecto teórico propõe um deslocamento que permite visualizar a graduação em arquitetura e urbanismo a partir de um olhar decolonial que perpassa e entrelaça o social, o simbólico, o histórico, com recortes de raça e gênero</p>HARIEL CHRYSTINNE OLIVEIRA REVIGNET
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2024-10-302024-10-306TERRITORIALIDADES NEGRAS NO INTERIOR PAULISTA
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<p>Aborda as territorialidades negras no interior paulista, tendo como objeto de análise os municípios de Araraquara-SP e São Carlos-SP (Brasil). Para tal, dialoga com autores como Adrelino Campos, Maria Helena Machado, Raquel Rolnik, José Tavares de Lira e Henrique Cunha Jr, instrumentaliza ferramentas da história oral e documentos como códigos de posturas, jornais e processos criminais do final do século XIX e início do século XX. A pesquisa analisa a presença das africanidades na história e cultura brasileira, destacando as ações empreendidas pelo Estado e pelas elites nacionais, para estereotipar, marginalizar, criminalizar e subjugar as populações negras. Destaca, nos municípios analisados, as ações de resistências empreendidas por homens e mulheres negros para garantirem sua subsistência e a manutenção de seus saberes culturais, tanto nos seus espaços de morar quanto no espaço público das cidades. Por fim, descortina as histórias, estratégias e memórias das populações negras comumente ocultadas em narrativas eurocentradas.</p>FABIANA OLIVEIRA PALMEIRAJOANA D’ARC DE OLIVEIRA
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2024-10-302024-10-306COSMOPERCEPÇÕES SOBRE A NATUREZA NOS TERREIROS DE CANDOMBLÉ
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<p>Este artigo possui como base a afrocentricidade buscando analisar as cosmopercepções vinculadas a natureza presentes nas comunidades dos terreiros decandomblé. Em um processo de dominação colonial em que vivemos, a afrocentricidade é uma abordagem necessária por colocar o pensamento africano, do continente e dadiáspora,no centrodo discurso e não mais como margem. Assim, as pesquisas que tratam das osmopercepções afrodiaspóricas abrem possibilidades de perceber o mundo comoutros olhares. Com referências pautadas na afrocentricidade e, em minha vivência enquanto mulher negra de axé, este breve artigo se propõea introduzir algumas discussões sobre a natureza para as comunidades de candomblé.</p>LÍVIA FRAGA CELESTINO
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2024-10-302024-10-306AFROEMPREENDEDORISMO EM TERRITÓRIOS NEGROS: UMA PROPOSTA INVESTIGATIVA
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<p>O objetivo deste artigo é socializar o projeto de pesquisa submetido ao Programa de Pós-graduação em Geografia da Universidade Federal da Bahia. Nesta pesquisa tenho interesse de investigar o empreendedorismo negro, também conhecido como afroempreendedorismo, enquanto estratégia de autonomia espacial e alternativa ao projeto desenvolvimentista moderno-colonial de territórios negros. Dado o norteador geral de meu interesse e considerando os limites temporais e analíticos de um trabalho de doutoramento, me proponho a investigar qual o papel do afroempreendedorismo na territorialidade de comunidades negras, tendo como recorte espacial o bairro Engenho Velho da Federação, localizado em Salvador, Bahia, e a comunidade do Morro da Caixa, localizada em Florianópolis, Santa Catarina. Apresento as categorias analíticas principais na construção do presente projeto: afroempreendedorismo, territorialidade e territórios negros, para então explanar a proposta, com sua fundamentação teorico-metodológica e objetivos. Concluo com meus questionamentos, posicionamentos e perspectivas para o desenrolar da pesquisa.</p>AZÂNIA MAHIN ROMÃO NOGUEIRA
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2024-10-302024-10-306GOVERNANÇA ESPIRITUAL: PEDRA DE XANGÔ - O CAMINHO DO AXÉ - AGENCIANDO RITOS E REDES – EDIFICANDO ARQUITETURA
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<p>O presente artigo destina-se a formular uma reflexão sobre a Governança da Pedra de Xangô – o Caminho do Axé - ao agenciar ritos e redes, edificando arquitetura do mobiliário urbano do seu parque. Trata-se de um recorte da pesquisa da tese de doutoramento “A Governança Espiritual: o sagrado afro-brasileiro presente na edificação do Memorial do Parque Pedra de Xangô”, a qual apresenta-se em fase de desenvolvimento. Regido pelas divindades afro-brasileiras, os responsáveis pela construção do equipamento de apoio do sítio natural sagrado precisaram entender e atender as dinâmicas do axé, às ordens dos deuses e às expectativas das comunidades de terreiros. Governança Espiritual é um tema pouco estudado no mundo. Sendo assim, cumpre destacar que a Governança Espiritual é um tema pouco estudado no mundo e para tal visa responder: como aconteceram as interferências e influências das agências sobrenaturais e de que maneira esses comandos se articulavam e se conectavam com as comunidades de terreiros para construir um discurso favorável à concepção de um projeto arquitetônico e urbanístico inspirados nos símbolos e valores da cultura afro-brasileira e indígenas? Utiliza-se uma abordagem metodológica interdisciplinar e/ou transdisciplinar, tendo como diretriz as normas do poder do Axé, o Candomblé e os seus rituais, a energia que na física não se define, mas se sente. Alia-se nesse processo a teoria ator-rede para rastrear e descrever os movimentos e fluxos. No Brasil, não existe, até onde foi investigado, pesquisa sobre o tema. O sujeito da pesquisa é a Pedra de Xangô. Ela está no centro da própria noção de Governança Espiritual. Aqui não cabe inquirir sobre sua existência, o único pré-requisito para essa viagem é que haja respeito mútuo. KawôKabiecilê.</p>MARIA ALICE PEREIRA DA SILVA
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2024-10-302024-10-306A ÁRVORE, O TERREIRO E O BAIRRO: ENSAIO REFLEXIVO SOBRE MODOS DE VIDA RELACIONAIS
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<h1>Este ensaio busca analisar as relações existentes entre três signos: a árvore, o terreiro e o bairro negro dentro de uma perspectiva composta por vivências em multiespécie. Através da análise do contexto social urbano da cidade de Salvador, no qual os signos estão inseridos, percebe-se que elementos como o Estado, o capital e as questões que envolvem a racialidade funcionam de maneira imbricada entre sí e totalmente alinhada aos desejos de um contexto moderno, capitalista e racista que molda processos relacionais, culturais e políticos na constituição das sociedades. Por outro lado, a perspectiva relacional entre árvore-terreiro-bairro permite e fomenta relações de colaboração e potência de vida ao passo em que também contribuem com a manutenção e a preservação de outras formas de ocupar e “fazer cidade”.</h1> <p> </p>ANDRÉ LUIZ DOS SANTOS BARBOSAMILLEN CARVALHO CERQUEIRA DA SILVANATHÁLIA BUENO BALDEZRAFAEL ANTÔNIO PEDREIRA GASPAR DE SOUZASARAH DE SOUZA PASSOSZARA PEREIRA RODRIGUES SILVA
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2024-10-302024-10-306‘AGRO É POP, AGRO É TECH, AGRO É TUDO’: PARA QUEM? UM ESTUDO SOBRE O TRABALHO ESCRAVO CONTEMPORÂNEO NO ESTADO DO TOCANTINS.
https://periodicos.ufba.br/index.php/ssc/article/view/63811
<p>O código penal brasileiro prevê como crime a submissão de indivíduo a condições de trabalho análogos a escravidão, como trabalhos forçados sem remuneração, jornadas exaustivas, assim como condições degradantes e impedimento do direito de ir e vir. Com isso, o objetivo deste trabalho é caracterizar o trabalho escravo contemporâneo no estado do Tocantins a partir dos dados secundários da Comissão Pastoral da Terra, possibilitando a descrição da evolução dos mesmos nos últimos vinte anos (1998-2018). Em linhas gerais foi verificado que o Tocantins se consolida como o segundo maior estado com número de trabalhadores libertados da região Norte. Constatou-se que as atividades ligadas a área rural apresentam mais casos que as atividades urbanas, sendo que a atividade econômica que apresentou a maior proporção de casos foi a pecuária. O número de fiscalizações teve seu ápice em 2001 e apresenta diminuição no número de fiscalizações desde 2014. O município de Ananás se destaca quanto ao número de casos incidentes, de fiscalizações e de trabalhadores libertados. Com a evidente tentativa de criar atmosfera positiva em torno do agronegócio, a campanha “<em>Agro é pop, é tech, é tudo</em>” exibida pela mídia televisiva hegemônica pouco dá visibilidade aos problemas inerentes ao setor. O caso do Tocantins mostra a grande concentração de casos de trabalho escravo em zona rural, o que requer maior fiscalização de delineação de políticas públicas que visem combater este tipo de atividade.</p>NEFFTALY GOMES SOUSAJOHN MAX SANTOS SALES
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2024-10-302024-10-306JUVENTUDE NEGRA NO BRASIL CONTEMPORÂNEO: NECROPOLÍTICA E LUTA POR RECONHECIMENTO
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<p>O presente trabalho tem como objetivo discutir processos societários que engendram artefatos da modernidade e marcadores sociais da diferença na interface entre classe, raça e gênero, incluindo processos mais amplos sobre discriminação racial e necropolítica. Assim, o trabalho de interpretação sociológica presente no texto aborda questões relacionadas à produção de classificações, entendimentos hegemônicos e disputas morais, entre grupos sociais hegemônicos, segregados – constitutivos do espaço urbano a partir da especificidade que abrigam as relações raciais no Brasil. Por fim, e na tentativa de relacionar conceitos a partir das contribuições teóricas de Mbembe (2018) e Honneth (2003), a discussão aborda pressupostos epistemológicos das teorias do Sul-global e de perspectiva decolonial.</p>HERMANA CECÍLIA OLIVEIRA FERREIRA
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2024-10-302024-10-306O HABITAR DO CANDOMBLÉ ROÇA E EGBÉ
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<p>Este artigo busca compreender como a religião afro-brasileira chamada Candomblé, se relaciona com o espaço físico em que acontece no mundo. Este <em>lugar</em>é chamado carinhosamente, Roça. Estabelecendo a relação entre a cultura negra afro-diaspórica e a Arquitetura, revela-se uma forma muito particular de Habitar. A religião é culturalmente um campo fértil da existência, e contém aspectos cheios de significados do homem, do divino e do <em>lugar</em>. Dentre as religiões negras, o Candomblé tem importância fundamental. Uma comunidade de resistência e de produção cultural moldada pela mutabilidade, movimento e hibridação da diáspora negra. Costurando informações dos processos que a originaram, assim como de transformações sofridas durante sua existência, mapeamos uma relação profunda e muito singular com o <em>lugar</em>. Uma cultura de múltiplas leituras paralelas resultando em um <em>espaço</em> regido por um complexo sistema histórico, político e social. Onde a Arquitetura, Comunidade, Deuses e Ancestrais são um só. A pesquisa foi desenvolvida através de revisão bibliográfica e pesquisa de campo etnográfica como filho-de-santo, no terreiro de Candomblé <em>Ilê Axé Icimimó Aganju Didé</em>, na cidade de Cachoeira, Bahia. Esse fato abre uma comunicação específica, involuntária por natureza, com a comunidade religiosa do <em>Icimimó</em>. A ideia é fazer da participação um instrumento de conhecimento, despedaçando a dicotomia observador-objeto de observação. Neste processo foram produzidos desenhos, plantas, arquivos fotográficos, entrevistas e o caderno de campo. Tecendo esta grande teia de referências se revela um novo Habitar no mundo</p>RAFAEL VIDAL LEITE RIBEIRO
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2024-10-302024-10-306EXPERIÊNCIAS DO PROJETO INTEGRAR/GESTUS NO TERRITÓRIO DO MACIÇO DO MORRO DA CRUZ, NA COMUNIDADE JOSÉ BOITEUX
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<p>Este artigo é resultado de vivências a partir das experiências do projeto Integrar/Gestus no território do Maciço do Morro da Cruz, na comunidade José Boiteux, na cidade de Florianópolis/SC. Neste sentido o artigo, tem como objetivo compreender o processo de desenvolvimento de experiências produtivas da Horta Gestus Comunitária, no espaço urbano periférico, configurando com mutirões o Quintal Produtivo e refletir sobre a construção do espaço urbano. Neste sulear<a href="#_ftn1" name="_ftnref1"><sup>[1]</sup></a>, o desenvolvimento metodológico para dar conta desta pesquisa, foi por meio de referências bibliográficas, na qual buscamos fundamentar o embasamento teórico, apresentando as categorias de movimentos sociais, quintais produtivos e territórios (as comunidades). Procurando entender qual o potencial dos quintais para a segurança alimentar nestes espaços vazios da comunidade, e com isso, resgatar as tradições ancestrais dos antepassados, crenças religiosas, hábitos rurais e a relação entre os espaços e seu entorno imediato; também com pesquisa-ação, na qual foi pensado na perspectiva de um processo participativo com a comunidade, para melhor compreendermos as necessidades dos moradores, desta forma agregar ao projeto experimental o valor de pertencimento, etapa que ficou limitada devido a pandemia do covid-19. Para dar conta dessas reflexões, utilizamos os referenciais de SANTOS (1979), BRITO (2000), ADICHIE (2010), e CAMPOS (2019). O projeto da Horta Gestus Comunitária, nos trouxe um processo de aprendizagem intenso, pois mergulhamos nas leituras e formações, na qual foi possível constatar que é preciso ter um maior cuidado com as intervenções nos territórios, trazendo sempre os moradores como protagonistas do processo, para que tenhamos mais êxito na continuidade do mesmo.</p> <p> </p> <p><a href="#_ftnref1" name="_ftn1"><sup>[1]</sup></a> Ponto de orientação, que também pode ser adotado como referência cartográfica.</p>MARA ROSANE DIAS GOULART
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2024-10-302024-10-306SOBRE(VIVÊNCIAS) E TERREITÓRIOS – SOCIOESPACIALIDADE, REPRODUÇÕES E RESSIGNIFICÂNCIAS NA ARQUITETURA DE TERREIRO BANTU
https://periodicos.ufba.br/index.php/ssc/article/view/63805
<p>Na perspectiva em compreender o histórico da formação sócio espacial dos terreiros de candomblé de Nação Bantu no Brasil afro-diaspórico, o artigo que se segue pretende dar início a um estudo analítico sobre as formações física e cosmológica desses <em>Terreitórios</em> no contexto brasileiro afro-diaspórico. Tendo como referência, a vinda de negros escravizados da região de Angola no continente africano durante o século XIII - trazendo consigo o <em>calundu<a href="#_ftn1" name="_ftnref1"><sup><strong>[1]</strong></sup></a></em> - e as primeiras estruturações desses espaços. Perspectivando perceber também, possíveis similaridades ou divergências com o que conhecemos hoje como “Terreiros de candomblé de Angola”. Visando ainda, investigar as possíveis reproduções e ressignificâncias arquitetônicas desses <em>terreitórios </em>com as habitações tradicionais angolanas.</p> <p><a href="#_ftnref1" name="_ftn1">[1]</a> Os chamados <em>Calundus</em> – forma de culto tradicional angolana á ancestralidade - existiram predominantemente no Brasil colonial até meados do século XIX, antecedendo a construção institucional da religião afro-brasileira Candomblé e a sua territorialização no que hoje conhecemos como Terreiro de Candomblé. Essa prática ritualística foi difundida na primeira metade do século XVIII, pela região das Minas Gerais pela Angolana Luzia Pita – natural de Luanda, denunciada como feiticeira e habitante do município de Sabará/MG.</p>AISHA – A. L. DIÉNE
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2024-10-302024-10-306TRANÇANDO TERRITÓRIOS E SABERES TRADICIONAIS
https://periodicos.ufba.br/index.php/ssc/article/view/63804
<p>Este artigo tem como proposta apresentar uma pesquisa em andamento - Cartografia SocioCultural de Trancistas Negras do Distrito Federal, com objetivo de identificar a prática de fazer penteados afro trançados enquanto um saber tradicional afro-brasileiro, que contém epistemologias interculturais, servindo para afirmação do direito à memória negra da cidade, apontando caminhos para que se torne um bem cultural. A abordagem teórica conceitual da pesquisa é interdisciplinar, partindo da perspectiva de estudos e pensamentos decoloniais, incorporando outras perspectivas do conhecimento a partir desses modos de fazer e saber estéticos e capilares, realizando um panorama histórico - cultural sobre o uso e a prática de trançar cabelos afros, utilizando o mapeamento social como metodologia em diálogo com histórias orais. A fotografia surge como recurso epistêmico e estético, contribuindo para a compreensão dos penteados afros trançados enquanto uma estratégia de mapeamento do território e de narrativas que elucidam a africanidade e a cultura da ancestralidade, a partir das simbologias das tranças.</p>LAYLA MARYZANDRA COSTA SILVA
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2024-10-302024-10-306O PROCESSO DA PATRIMONIALIZAÇÃO E A (RE) SIGNIFICAÇÃO DOS ESPAÇOS DE MEMÓRIA: CASO DAS MATAS SAGRADAS E SOMBRA DI POLON NA ÁFRICA OESTE
https://periodicos.ufba.br/index.php/ssc/article/view/63803
<p>Neste trabalho nos interessa discutir a tensão que se produz no processo que envolve a patrimonialização de construções materiais e imateriais na África Oeste, e como desta tensão, pode ao longo prazo, (re) significar a relação entre os agentes, e destes com as suas construções. Tanto materiais, assim como imateriais. Entendemos que o grupamento humano na sua relação entre os indivíduos, e destes com os seus meios vão atribuir significados e (re) significação de diferentes objetos naturais, e aqueles cujas criações ou surgimentos resultam da inter-relação entre diferentes agentes. O que neste caso, produz a linguagem pelo qual estes grupos se comunicam entre os indivíduos, e deles com os elementos dos seus meios naturais, que a partir da produção de significado, passam a agregar os atributos culturais, e não mais de modo algum o objeto passivo nas suas relações, tão pouco algum elemento naturalizado. Tomamos como o ponto de partida para esta discussão, as florestas que os agentes dos Estados do país Oeste Africanos e a UNESCO vem a patentear na política de patrimonialização, e principalmente a <em>Sombra di Polon</em>, que tornou o centro do debate anterior<a href="#_ftn1" name="_ftnref1">[1]</a> na dimensão espacial e o papel social, econômico, cultural, político, religioso e espiritual, que cumpre entre os diversos povos Oeste africano.</p> <p> </p> <p><a href="#_ftnref1" name="_ftn1">[1]</a> SILVA, Maurício Wilson Camilo da. Sombra di polon: o embrião das moranças e tabankas da herança kaabunke. <em>Africanidades</em>, v. 10, n. 25, p. 1-14, out./dez. 2017. Disponível em: <<a href="http://www.africaeafricanidades.com.br/documentos/0010250122017.pdf">http://www.africaeafricanidades.com.br/documentos/0010250122017.pdf</a>>. Acesso em: 23 dez. 2018.</p>MAURÍCIO WILSON CAMILO DA SILVA
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2024-10-302024-10-306O ENSINO DE GEOGRAFIA E EFETIVAÇÃO DA LEI FEDERAL 10.639/03: ESTUDANDO A COMPLEXIDADE DOS CONHECIMENTOS DE MATRIZ AFRICANA NO ENGENHO-DE-AÇÚCAR
https://periodicos.ufba.br/index.php/ssc/article/view/63801
<p>A escrita da cultura africana se apresenta na forma material e na essência imaterial do espaço geográfico e precisa ser reconhecida como algo importante na cultura brasileira, suplantando as ideias eurocêntricas, as quais negam a complexidade do pensamento de matriz africana na formação espacial. Acreditamos que a implementação da Lei Federal 10.639/03 pode auxiliar na superação do eurocentrismo. O ensino de geografia precisa avançar no processo de efetivação da respectiva lei, o que nos leva a pensar em estratégias pedagógicas, a exemplo do estudo do patrimônio cultural negro. Nesse contexto, objetivamos analisar a materialidade e imaterialidade dos engenhos de canade-açúcar enquanto efetivação da Lei Federal 10.639/03. Nos fundamentamos no método da afrodescendência, tendo como procedimento a revisão bibliográfica, a exemplo de Cunha Junior (2020, 2011, 2010), Silva (2019), Nunes (2014) e Quirino (1918), bem como a prática de campo, ocorrida no Parque Estadual do Sítio Fundão, no município do Crato, localizado no Cariri cearense. Compreendemos que o estudo do engenho de cana-de-açúcar é significativo para a efetivação da Lei-10.639/03 no ensino de geografia à medida que leva a consciência espacial da história e cultura de matriz africana por meio da especialização do trabalho. A discussão acerca do patrimônio negro na escola é um mecanismo de enfrentamento do racismo e propicia a construção de uma identidade étnica.</p>HENRIQUE CUNHA-JUNIORRAFAEL FERREIRA DA SILVAMERYELLE MACEDO DA SILVACICERA NUNES
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2024-10-302024-10-306EDUCAÇÃO E PATRIMÔNIO CULTURAL COMO FORMA DE RESISTÊNCIA EM TERRITÓRIOS NEGROS: MADUREIRA - RJ
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<p>A partir das relações socioespaciais o presente artigo busca discutir os patrimônios culturais afro-brasileiros presentes no bairro de Madureira como ferramenta de resistência e valorização da identidade negra presente no território. A análise parte da contribuição histórica, da memória, das relações culturais, patrimônios, arquitetura e a identidade negra existente no bairro. O território está localizado no subúrbio do Rio de Janeiro e compreende de um relevante espaço propagador da cultura negra, entretanto, ainda atualmente são invisibilizados e carecem da falta de investimentos e gestão capazes da manutenção do território. Tendo como concepção a educação patrimonial a partir da afrodescendência, o estudo se propõem a refletir ações que sejam capazes de serem realizadas que mitiguem a transgredir de forma a valorizar tais patrimônios culturais. Sendo utilizado o mapa de bens culturais como ferramenta capaz de identificar e especializar tais referências no território, compreendo que o primeiro passo de tais ações é o reconhecimento dos patrimônios, seus detentores e os diferentes sujeitos que corroboram pra resistência e a preservação de um bairro culturalmente negro.</p>ALYNE FERNANDA CARDOSO REIS
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2024-10-302024-10-306APRESENTAÇÃO: Conferência internacional África–Brasil - Cooperação Brasil-Nigéria dentro do Sul Global
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<p>O 8º Seminário Salvador e Suas Cores 2022 e a 2ª Conferência Internacional África-Brasil: Cooperação Brasil-Nigéria dentro do Sul Global, a ser realizado entre os dias 16 a 19 de novembro de 2022, integra o Acordo de Cooperação Acadêmica, Científica e Cultural entre a Universidade Federal da Bahia e a Universidade do Estado de Lagos, a partir do Centro de Estudos Afro-Brasileiros – LASUCAS, Nigéria, oriundo do programa CAPES-Print UFBA. O evento tem como objetivo construir os laços acadêmicos no ensino de graduação e pós-graduação, da extensão, e da pesquisa e inovação entre a UFBA e a Universidade do Estado de Lagos – LASUCAS, entre o Brasil e a África. Nesse viés o evento terá um carácter multidisciplinar com participação de pesquisadores e professores das áreas de humanidades, ciências sociais aplicadas, exatas, ciências biológicas e da saúde, engenharias e tecnologias na construção da cooperação Sul-Sul.</p>FABIO MACEDO VELAME
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