LENTE HUMANA, OLHOS MECÂNICOS: UM “FUXICO” EM FORMA ENSAIO FOTOGRÁFICO DA FESTA DO BEMBÉ DO MERCADO
Palavras-chave:
Sensível, Religião de Matriz Afrodiaspóra, Ensaio FotográficoResumo
Esse trabalho tem como objetivo fazer a leitura sensível de um território de Matrizes Afrodiaspóricas através de um ensaio fotográfico para revelar a estética das religiões de terreiro de candomblé no Recôncavo baiano. O local escolhido para a realização deste ensaio fotográfico foi a cidade de Santo Amaro na festa do Bembé do Mercado. Essa festividade é uma comemoração da liberdade dos negros, idealizada por João Oba um líder religioso do Camdomblé. A festa teve início logo após a assinatura da Lei Áurea em 1889. Esse ato é um símbolo de resistência contra o escravismo. Para dialogar com esse sistema eu procuro refletir apoiada pelo pensamento de autores como Nascimento (2018), Braga (2019), Cunha Júnior (2019), Valdina (2022), e também Munanga (1996), para buscar entender quais as formas de articulação dessa população negra vem produzindo resistência para garantir o direito de praticar sua cultura, da qual faz parte o candomblé e a umbanda. A Festa do Bembé do Mercado, é um marco de resistência reconhecido e garantido pelo poder público. Ela é símbolo das religiões de matriz africana, que ao longo do tempo vem sofrendo vários ataques de cunho racista. Esse ensaio fotográfico é uma maneira de mostrar a produção sensível dessa festa religiosa que tem muito significado singular para quem vive a religião de matriz africana. Nesse sentido, o ensaio fotográfico não é apenas um ato de fotografar e sim um ato de reconhecimento, valorização, respeito. É também uma experiência de aprendizado