TROCAS DE EXPERIÊNCIAS: CONSTRUINDO DIÁLOGOS A PARTIR DAS ESCOLAS DE ARQUITETURA E URBANISMO

Resumo

As escolas de arquitetura e urbanismo, em sua condição formativa, técnica, cidadã e política têm estado, muitas vezes, aquém da complexidade inerente às contradições da sociedade brasileira. Esse distanciamento, em múltiplas dimensões, perpassa o não reconhecimento (e, portanto, não enfrentamento) de como nossa sociedade se constitui, através da consolidação de um racismo estrutural e estruturante, que se traduz nas práticas e relações sociais, na construção e disseminação do conhecimento e nas espacializações de territórios e lugares, quer a nível urbano, quer a nível rural ou em diversas outras possibilidades.   Apresento aqui um conjunto de atividades de ensino, de pesquisa e de extensão que visam buscar um diálogo mais aberto e direto, com práticas socioespaciais não contempladas de maneira geral pela academia, e com Moçambique, numa troca de experiências, de sul para sul. Olhar para outros contextos tem sido um caminho em aberto para exploramos nossas próprias contradições. Dessa maneira, através de diversas metodologias exploratórias, fomentase reflexões mais vinculadas à nossa conjuntura plural discutindo os objetivos de nossas pesquisas, o potencial do ensino em gerar autonomia discente e a extensão como possibilidade franca de abertura e diálogo.  São necessárias novas posturas docentes, novas bases teóricas e metodológicas, e uma reestruturação do próprio processo formativo.