PERSPECTIVAS DE INSERÇÃO DAS RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS NA ARQUITETURA ESCOLAR, UMA PROPOSTA DE PROGRAMA PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL: ESPAÇO GRIÔ

Resumo

O presente artigo visa desenvolver perspectivas à concepção de projetos de escola mais atraentes aos estudantes negros. Dessa forma, serão desenvolvidas análises sobre as tendências de arquiteturas escolares tradicionalmente reconhecidas, compreendendo seus processos de formação a partir do reflexo de um projeto político pedagógico racista, que desconsidera as contribuições das populações negras à formação de sociedade, nega sua participação aos processos conceptivos das estruturas sociais, e torna os espaços de ensino desinteressantes, e desestimulantes, ao estudantes negros, contribuindo à elevação de seus índices de evasão escolar. A partir disso, diagnosticada parte da problemática do racismo presente nas narrativas arquitetônicas dos estabelecimentos de ensino, o artigo desenvolverá análises propositivas sobre como combater o racismo epistêmico presente nos projetos tradicionais de escola, sendo propostas estratégias de atuação dos profissionais de arquitetura, análises sobre práticas pedagógicas antirracistas existentes, e perspectivas de abordagem das temáticas negras - afro-brasileiras, e africanas, em projeto. Por fim, será desenvolvido o primeiro passo à construção de escolas emancipadas, engajadas na abordagem das relações étnico-raciais em seus ambientes de ensino, e fundamentadas em valores afro-brasileiros, e africanos, à concepção de seu projeto; sendo proposto um novo programa arquitetônico às escolas de educação infantil: o espaço griô – desenvolvido para e a partir das práticas da contação de histórias negras, as artes griô.