O CANDOMBLÉ NA OBRA DE LINA BO BARDI: UMA EVOCAÇÃO DO SAGRADO PELA TECTÔNICA

Autores

  • FELIPE IBIAPINA M. R. SIQUEIRA

Palavras-chave:

Lina Bo Bardi; Candomblé; Modernismo

Resumo

A arquiteta italiana radicada no Brasil, Lina Bo Bardi, foi uma das pioneiras a utilizar o capital simbólico afro e inserir no elitizado mundo da arquitetura formal – projetada segundo os preceitos do academicismo ocidental sob o gênio criativo do arquiteto –. Olívia Oliveira (2006) ao fazer um apanhado crítico da herança arquitetônica deixada por Lina, chega a levantar alguns pontos da relação que esta mantinha com a cultura afro-brasileira, sobretudo com o candomblé. Essa aproximação com o universo religioso afro-brasileiro desencadeia efeitos subjetivos e objetivos. Do ponto de vista dos primeiros, constituindo um viés metafísico, a utilização da simbologia do candomblé possibilita a criação de espaços acolhedores permitindo aos usuários a experiência afetiva do lugar, capaz de (re) ligar o Ser (humano) com o Sagrado. Objetivamente, a estética produzida introduzia contradições na sua arquitetura formando um partido originado pelo hibridismo que unta o repertório do modernismo com a cultura popular. Havia em Lina a intencionalidade de projetar obras que manifestassem sua indignação com as contradições socioculturais geradas pelo ranço da colonização, refletida nas desigualdades de classe e no racismo estrutural.

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Publicado

2024-10-18

Como Citar

SIQUEIRA, F. I. M. R. . (2024). O CANDOMBLÉ NA OBRA DE LINA BO BARDI: UMA EVOCAÇÃO DO SAGRADO PELA TECTÔNICA. Salvador E Suas Cores, (3). Recuperado de https://periodicos.ufba.br/index.php/ssc/article/view/63922