NOVAS CIDADES AFRICANAS E AGENTES GLOBAIS: URBANISMO NEOLIBERAL E NEOCOLONIAL EM ÁFRICA
Palavras-chave:
Novas cidades africanas, urbanismo neoliberal, neocolonialismo, agentes de produção do espaço.Resumo
O presente artigo visa analisar o recente fenômeno que é comumente nomeado como “novas cidades africanas”. Dentro deste fenômeno urbano analisamos cinco casos: Eko Atlantic City (Nigéria), Tatu City (Quênia), Konza Technology city (Quênia), Le cité du Fleuve (Congo) e Kigamboni City (Tanzânia). Pretende-se demonstrar que os processos de produção destas novas cidades são, em geral, alinhados com as perspectivas do urbanismo neoliberal e processos neocoloniais. Analisaremos os casos frente a seu papel como fonte de acumulação de capital de diversos agentes internacionais. Estes agentes acumuladores são, em sua ampla maioria dos casos analisados, estrangeiros não locados no continente, assim como o são os técnicos que planejam e desenham estas novas cidades. Realizaremos um mapeamento dos agentes internacionais implicados na produção destas novas cidades, no qual identificamos, nomeamos e rastreamos a origem geográfica de grandes agentes capitalistas partícipes nestas produções de espaço urbano. Pretendemos, com estes estudos de caso, demonstrar que as novas cidades africanas são de fato um processo global, no qual grandes grupos internacionais acumulam capital através de operações que aprofundam a desigualdade sócio espacial-racial nos casos estudados.