CAMINHANDO SOBRE AS ÁGUAS INVISÍVEIS COM(O) TIGRES: Narrativa errante sobre o Rio da Bulha e a negritude em Florianópolis -SC

Autores

  • RAFAEL ALVES DE CAMPOS
  • RODRIGO GONÇALVES SANTOS

Palavras-chave:

Corpografia, Urbgrafia, Tigres, Negritude, Rio da Bulha, Intervenção Urbana

Resumo

Este artigo resulta de uma intervenção urbana realizada em Florianópolis -SC, em 14/12/2020. Trata de uma errância na qual me propus a caminhar sobre as águas do Rio da Bulha desde sua foz até a nascente e nesse processo, corporificar os Tigres, ancestrais que construíram junto ao leito do rio um território de negritude em Desterro. Os Tigres eram escravizados responsáveis pelo transporte das águas servidas pela cidade, levavam sobre suas cabeças as bulhas carregadas de excrementos para depositar no rio, que com o contínuo despejo de esgoto passou a ser conhecido pelo mesmo nome do recipiente. As margens do rio foram ocupadas por cortiços e pela população empobrecida, mas obras sanitaristas do início do século XX expulsaram essa população dali que passou a ocupar os morros do entorno. Com o passar dos anos o rio foi tamponado, invisibilizado da paisagem assim com a presença da população negra no território. Junto à nascente do mesmo rio, foi construído o primeiro reservatório de água da cidade, que influenciou também na construção identitária do local que ficou conhecido como Morro da Caixa, um bairro negro de Florianópolis. A comunidade através da organização popular transformou o reservatório, que era uma marca do poder hegemônico, na primeira praça do bairro, inaugurada em 2019, demonstrando uma força ancestral de resistência e afeto pelo espaço agora público. Empresto o meu corpo e minhas marcas de negritude para homenagear e ir de encontro aos tigres contemporâneos ao atravessar este rio, que também me atravessa, apresenta-se a narrativa rrante sobre o caminho dos Tigres em formato de artigo e vídeo (link:https://youtu.be/3XTPGfEwHzs )

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Publicado

2024-10-18

Como Citar

CAMPOS, R. A. D. ., & SANTOS, R. G. (2024). CAMINHANDO SOBRE AS ÁGUAS INVISÍVEIS COM(O) TIGRES: Narrativa errante sobre o Rio da Bulha e a negritude em Florianópolis -SC. Salvador E Suas Cores, (5). Recuperado de https://periodicos.ufba.br/index.php/ssc/article/view/63833