O AGRONEGÓCIO E O TERRITÓRIO QUILOMBOLA DE SACO DAS ALMAS
Palavras-chave:
Território quilombola, Saco das Almas, Maranhão, Agronegócio.Resumo
Este artigo foi produzido a partir dos dados recolhidos através da participação na pesquisa “TRADIÇÃO, DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E TECNOLOGIAS SOCIAIS: Redes de Conhecimento e Comunicação no Território Quilombola de Saco das Almas, Municípios de Brejo e Buriti”, por meio do plano de trabalho “Cartografia dos Espaços Intercomunitários no Território Quilombola de Saco das Almas, Brejo e Buriti, Maranhão”. Em constante situação de ameaça pelo avanço do agronegócio sojicultor, as comunidades componentes de Saco das Almas lutam para manter seus modos de interação, produção e ocupação territorial. A violência, seja ela física ou verbal, reverbera uma disputa histórica racializada pela posse da área, primeiro entre os negros recém-libertos e os fazendeiros brancos, depois entre os remanescentes quilombolas e os migrantes colonos sulistas que implantaram a monocultura extensiva nas regiões leste e sul do Maranhão. Observa-se, portanto, uma disputa entre visões opostas de mundo, sociedade, natureza e tempo, onde o cerrado maranhense e as populações tradicionais se encontram fragilizados.