O ENSINO DE GEOGRAFIA E EFETIVAÇÃO DA LEI FEDERAL 10.639/03: ESTUDANDO A COMPLEXIDADE DOS CONHECIMENTOS DE MATRIZ AFRICANA NO ENGENHO-DE-AÇÚCAR
Palavras-chave:
Ensino de geografia; Lei Federal 10.630/03; Engenho de cana-de-açúcarResumo
A escrita da cultura africana se apresenta na forma material e na essência imaterial do espaço geográfico e precisa ser reconhecida como algo importante na cultura brasileira, suplantando as ideias eurocêntricas, as quais negam a complexidade do pensamento de matriz africana na formação espacial. Acreditamos que a implementação da Lei Federal 10.639/03 pode auxiliar na superação do eurocentrismo. O ensino de geografia precisa avançar no processo de efetivação da respectiva lei, o que nos leva a pensar em estratégias pedagógicas, a exemplo do estudo do patrimônio cultural negro. Nesse contexto, objetivamos analisar a materialidade e imaterialidade dos engenhos de canade-açúcar enquanto efetivação da Lei Federal 10.639/03. Nos fundamentamos no método da afrodescendência, tendo como procedimento a revisão bibliográfica, a exemplo de Cunha Junior (2020, 2011, 2010), Silva (2019), Nunes (2014) e Quirino (1918), bem como a prática de campo, ocorrida no Parque Estadual do Sítio Fundão, no município do Crato, localizado no Cariri cearense. Compreendemos que o estudo do engenho de cana-de-açúcar é significativo para a efetivação da Lei-10.639/03 no ensino de geografia à medida que leva a consciência espacial da história e cultura de matriz africana por meio da especialização do trabalho. A discussão acerca do patrimônio negro na escola é um mecanismo de enfrentamento do racismo e propicia a construção de uma identidade étnica