O PAMPA NEGRO: ARQUEOLOGIA DA DIÁSPORA AFRICANA EM PELOTAS, RIO GRANDE DO SUL
Palavras-chave:
Arqueologia, diáspora africana, charqueadasResumo
O presente artigo tem por objetivo apresentar alguns resultados e perspectivas de trabalho desenvolvidas no projeto “O Pampa Negro: arqueologia da diáspora africana em Pelotas, Rio Grande do Sul. Questionando a falsa imagem identitária do Rio Grande do Sul como essencialmente branco, construída sob perspectivas coloniais, apresentamos nossa pesquisa discutindo três questões gerais: 1) as especificidades das charqueadas pelotenses como modo de produção escravista e suas inserções no sistema Atlântico; 2) a paisagem das charqueadas como dispositivo de controle e vigilância dos escravizados; 3) as especificidades locais da diáspora africana, destacando-se algumas das evidências arqueológicas relevadas por nosso trabalho de campo. Com este projeto, desejamos apostar na necessária articulação das pesquisas acadêmicas com movimentos sociais e outras epistemologias. No Pampa Negro, temos buscado articulações entre arqueologia e arte, religiosidade, movimentos sociais. Esperamos que esse trabalho coletivo, aberto, em construção, seja contribuição para a luta antirracista através da arqueologia e para as resistências necessárias, bem como um aporte à construção de identidade(s) afro latino americanas.