CARTOGRAFIA DO INVISÍVEL: MEMÓRIA E IDENTIDADE NEGRA NA PEQUENA ÁFRICA
Palavras-chave:
Memória, cartografia, racismo, segregação urbana e territorialidadeResumo
Este estudo consiste em um ensaio parcial de um trabalho de conclusão do curso de Arquitetura e Urbanismo, e tem como objetivo estudar a importância da memória para construção identitária do povo preto, que vem sendo apagada desde a escravidão como mecanismo de dominação por parte do grupo hegemônico. Desse modo, iremos investigar a relação entre a memória, a invisibilização da comunidade negra e a segregação racial, utilizando como recorte espacial a Pequena África do Rio de Janeiro, que foi povoada por negros libertos vindos de Salvador e de África no final do século XIX. Metodologicamente, o presente trabalho reconstrói a história da territorialidade negra em ação na Pequena África no Início do século XX, através do mapeamento de Terreiros de Candomblé, zungus, quilombos urbanos, casas das Tias Baianas, cortiços, organizações de trabalho e grupos ligados ao samba e ao carnaval, a partir de relatos contidos nas obras de João do Rio, Roberto Moura e Agenor Miranda. De maneira breve, analisaremos um dos elementos que constitui a memória sob a ótica das reformas urbanas, identificando os impactos destas na organização espacial da comunidade negra. Por fim, avaliar as consequências desses processos de urbanização para a construção de uma cidade cada vez mais segregada social e racialmente