WAKANDA: UMA UTOPIA AFROAMERICANA PARA O CINEMA
Palavras-chave:
Pantera Negra, diáspora negra, tecnotopia, utopia, emancipaçãoResumo
O presente trabalho investiga o imaginário urbanístico de viés utópico no filme Pantera Negra (2018), do diretor Ryan Coogler. O sucesso nos cinemas, no entanto, não surtiu em abordagens críticas equivalentes. Suspendendo o julgamento, grande parte de sua recepção no Brasil se viu entusiasmada com a cinematografia, enquanto, ao mesmo tempo, rejeitava qualquer aprofundamento crítico que viesse comprometer aquele afeto. Uma das explicações para essa postura parece residir na força das imagens de Wakanda, um “éden afrofuturista num continente distante”, a África, onde se realizariam os sonhos de uma existência finalmente livre do racismo. Para compreender a densidade dessas questões que Pantera faz emergir em seu impulso utópico, foi preciso, primeiramente, pontuar três momentos distintos que configuram um imaginário da diáspora afroamericana: a escravidão negra, a luta por direitos civis e os desafios contemporâneos. Uma vez traçado esse percurso histórico, foi possível lançar reflexões acerca das expectativas emancipadoras depositadas pelo discurso urbanístico de Wakanda