A CHEGADA DO MINHA CASA, MINHA VIDA: MESMO ESPAÇO, NOVAS RELAÇÕES NA COMUNIDADE QUILOMBOLA GAMELEIRA DE BAIXO/RN
Palavras-chave:
Comunidade quilombola, Minha Casa Minha Vida, Relações territoriaisResumo
A categoria “remanescentes de quilombos” deve compreender todos os grupos afrodescendentes que desenvolveram práticas de resistência para a manutenção e para a reprodução de seus modos de vida característicos num determinado lugar, cuja identidade se define por uma referência histórica comum, construída a partir de vivências e de valores partilhados. Resistência e autonomia passam a ser os elementos fundamentais para caracterizar o conceito contemporâneo de quilombos. Eles se constituem como “grupos étnicos”, um tipo organizacional que confere pertencimento através de normas e de meios empregados para indicar afiliação ou exclusão, cuja territorialidade é caracterizada pelo uso comum, pela sazonalidade das atividades agrícolas e por uma ocupação do espaço que tem por base os laços de parentesco e de vizinhança, assentados em relações de solidariedade e de reciprocidade (Arruti, 2006). O presente trabalho tem o intuito de apresentar as mudanças socioespaciais advindas da implantação do programa Minha Casa Minha Vida, na comunidade quilombola Gameleira de Baixo, no município de São Tomé/RN. O processo sistemático utilizado para a realização do trabalho é o método de procedimento histórico, que consiste em investigar acontecimentos e processos do passado para explicar a transformação na comunidade nos dias atuais, através de livros, artigos científicos, fotos, mapas, notícias, que componha uma fundamentação teórica sobre o assunto. As pesquisas qualitativas e as entrevistas orais também contribuíram para a construção das considerações sobre as relações entre os aspectos sociais, culturais e físicos do território