NARRATIVAS DA PRESENÇA NEGRA EM SALVADOR: TERRITÓRIOS DO MORAR, DO LABOR E DO SAGRADO NAS OBRAS DE ANA MARIA GONÇALVES, RUTH LANDES E ARIOVALDO MATOS
Palavras-chave:
narrativa – negritude – Salvador – território - cidadeResumo
O artigo se propõe a elaborar uma leitura da presença negra na cidade a partir de três diferentes narrativas que têm Salvador como lócus central de suas construções textuais. Abarcando recortes temporais, linguagens, estilos e formatos distintos, as publicações “Um Defeito de Cor” (2006), “Cidade das Mulheres” (1967) e “O Corta-Braço” (1955), quando colocadas em relação, revelam-se férteis dispositivos de acesso às territorialidades negras estabelecidas histórica e cotidianamente, e que configuraram (e configuram) a cidade, seja como chão para as rebeliões escravas do século XIX; como terra sagrada, firmada no início do século XX nos arrabaldes; ou nas disputas e embates por moradia, pautada pelo proletariado precarizados em suas relações de trabalho em meados do século passado.