ENSAIO SOBRE VIOLÊNCIA, MORTE E ARQUITETURA AFRO-BRASILEIRA
Palavras-chave:
História; Arquitetura; Violência; Morte; NecropolíticaResumo
O presente ensaio visa elaborar uma reflexão acerca dos conceitos de violência, morte e
arquitetura afro-brasileira. Para tal serão utilizados os trabalhos dos teóricos Frantz Fanon e Achille
Mbembe que apresentam, respectivamente, estudos sobre a violência nos regimes coloniais e a
Necropolítica. Estudar os processos inerentes a colonização e a escravidão mostram-se como um
importante passo inicial visto a vinculação direta do Brasil com as manifestações culturais advindas de
tais fenômenos históricos. Compreender qualquer fenômeno cultural em que o afro-brasileiro está
relacionado, aqui especialmente a arquitetura, requer um olhar atento para essas categorias que
marcam diretamente a inserção do africano em território nacional. A arquitetura aqui é vista como
resultado de diversas transformações culturais, e assim sendo, também nos auxilia a entender o papel
social que o afro-brasileiro ocupa na história e no cotidiano. Desse modo, o olhar direcionado a
arquitetura tem como intenção o reconhecimento de tais transformações e, consequentemente as
formas que tais materializações adotaram no espaço, especialmente no período colonial. Nessa busca
pelas narrativas pertinentes a arquitetura dois pontos de vista são priorizados, em primeiro momento o
olhar que tem o negro escravizado como um item indispensável no funcionamento dos espaços
cotidianos mas que não apresentou grande participação técnica e plástica na prática da disciplina e em
segundo lugar uma visão de um afro-brasileiro atuante e produtor de uma linguagem arquitetônica
própria. Ambos discursos são importantes e nos ajudam a lançar um olhar abrangente e crítico sobre
os discursos e narrativas consolidadas ao longo da história e do pensamento sobre arquitetura em
nosso país.