Sobre Iniciar na Clínica:
um caso, uma escuta, uma formação
DOI:
https://doi.org/10.9771/rn.4.04.68828Palavras-chave:
Escuta psicanalítica;, Estágio em Psicologia, Formação clínica;Resumo
Tendo como norte a questão “Como se constitui a escuta no início da prática clínica e quais os efeitos do não saber sobre o analista em formação?”, este ensaio apresenta um recorte clínico construído a partir da escuta de uma paciente, no contexto do estágio obrigatório na clínica-escola de Psicologia da Universidade Federal da Bahia. A escolha do caso se dá a partir do que me convoca enquanto profissional em formação, tensionando o ofício da escuta psicanalítica e os impasses que emergem no início da prática. Reflito sobre o entrelaçamento entre escutar o outro e escutar-se, tomando como fio condutor o sentimento de fracasso, o desejo de autonomia e a relação com o não saber. Discuto o papel da escuta na clínica, suas bordas e vacilações, reconhecendo os efeitos de transferência e contratransferência como matéria fundamental da análise. Em contraposição à lógica universitária regida por protocolos e ideais de domínio, totalidade e certeza absoluta, sustento uma clínica que exige parar, escutar e sustentar aquilo que escapa — uma clínica que se aproxima da ordem do impossível.
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Referências
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