Revista Nós
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<p>Tendo iniciado suas atividades em 2022, a Revista Nós é o periódico do Seminário de Introdução à Teoria Psicanalítica (SIPSI) e se dirige a profissionais e a estudantes de psicanálise. A revista tem como objetivo publicar ensaios sobre temas relacionados à teoria e prática psicanalítica com os requisitos de serem inéditos e originais no Brasil, elaborados em conformidade ao direito do autor e não submetidos ao mesmo tempo a avaliações em outras revistas nacionais.<br />Área do conhecimento: Ciências Humanas<br />Periodicidade: anual</p>Universidade Federal da Bahiapt-BRRevista Nós2965-985X“ESCREVER ASSIM MESMO, APESAR DO DESESPERO. NÃO: COM O DESESPERO” — DIÁLOGOS POSSÍVEIS ENTRE ESCRITA, ANGÚSTIA E PSICANÁLISE.
https://periodicos.ufba.br/index.php/rnos/article/view/63345
<p><strong>RESUMO </strong></p> <p>O presente ensaio tem como objetivo evidenciar as estreitas interlocuções entre escrita, angústia e psicanálise. Para tanto, foi fundamental revisitar a obra de alguns autores da psicanálise e da literatura, a fim de ampliar as discussões acerca da função e dos possíveis efeitos da escrita sobre o sujeito que escreve atravessado pela angústia. O gosto pronunciado pelas palavras aproxima o psicanalista, aquele que escreve e lê em sua prática, da figura do escritor; ambos lidam com o real e ensaiam formas de dizer o indizível. Escrever constitui uma experiência de elaboração que é única para cada sujeito, que compõe e decompõe a linguagem à sua maneira, a partir de suas marcas, histórias e bagagens simbólicas. À vista dessa abordagem, tomando a angústia como uma referência chave neste trabalho, enfatiza-se a importância da escrita para a psicanálise que, desde os seus primórdios, serve-se da arte e dos textos literários.</p> <p> </p>Amanda Rodrigues Queiroz
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2024-11-072024-11-0703617310.9771/rn.3.03.63345As Cápsulas de cianureto não estão no manual de condutas
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<p><span style="font-weight: 400;">Esta comunicação pretende analisar a noção de resistência [atrelada ao afeto da angústia] a partir de algumas passagens do romance </span><em><span style="font-weight: 400;">K.</span></em><span style="font-weight: 400;"> de B. Kucinski. Além da questão elaborada no romance acerca do processo de busca de algum vestígio de alguém que foi desaparecido pelos militares durante a ditadura militar (1964-185), pretende-se refletir sobre a ideia de “vestígio” trazida por Lacan no </span><em><span style="font-weight: 400;">Seminário 16: de um Outro ao outro</span></em><span style="font-weight: 400;">. O intuito com o trabalho é pensar em que medida há algo da ordem da angústia no gesto de narrar uma história que entrelaça a impossibilidade de um luto [pessoal e coletivo]. Mas também levantar a questão do papel da História, da Política, da Literatura e da Psicanálise no trato com essa demanda [se é que podemos falar em uma “demanda” social por um luto às vítimas de desaparecimento na ditadura militar]. A abordagem escolhida para tal é uma espécie de ensaio, onde trabalha-se com as reverberações das leituras e com a busca por um significante específico, a saber: Resistência.</span></p>Paulo Alexandre Trindade Freire
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2024-11-072024-11-0703748010.9771/rn.3.03.63447NOTAS SOBRE O CONCEITO DE ANGÚSTIA EM JÓ
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<p>Esse ensaio busca elaborar sobre o drama subjetivo da angústia do personagem bíblico de Jó, onde se revela uma condição humana universal, refletindo a luta para simbolizar e compreender o sofrimento. A resposta de Deus ao sofrimento de Jó não esclarece o motivo do tormento, mas destaca a complexidade do mundo e a impossibilidade de uma compreensão total, mostrando que até o divino está envolvido na dinâmica do desejo e da falta.</p>Jayder Roger
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2024-11-072024-11-0703818810.9771/rn.3.03.63401A ANGÚSTIA NA POÉTICA DE POE E BAUDELAIRE
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<p><span style="font-weight: 400;">No ensaio que se segue, proponho-me a fazer uma leitura da manifestação da angústia em duas obras: no conto “The Fall of the House of Usher”, de Edgar Allan Poe; e no poema “Os Sete Anciões”, de Charles Baudelaire. Como pressuposto teórico sigo o seminário dez de Jacques Lacan, que ocorreu nos anos de 1962-1963; bem como o texto de Sigmund Freud publicado em 1919, intitulado “Das Unheimliche”. Através da leitura conjunta dessas obras observamos os mecanismos por onde a angústia se manifesta e, dentro de sua especificidade, como ela pode ser apreendida e narrada em um texto poético-literário.</span></p>Raul Lima Dos Santos
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2024-11-072024-11-07038910210.9771/rn.3.03.63330A ANGÚSTIA E A INVASÃO DO REAL DO CORPO NA ESCRITA DE CLARICE LISPECTOR
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<p>A partir do diálogo entre psicanálise lacaniana e literatura, o presente ensaio objetivou (a)bordar a angústia e a invasão do real do corpo a partir da escrita de Clarice Lispector, especialmente em sua obra <em>Água Viva</em>. Ao fazer ecoar os efeitos da angústia sofrida por uma mulher diante da consequente proximidade com o real do corpo, Clarice apresenta um singular modo de subjetivação feminino, através de sua escrita orientada ao real, encontrando no grito/voz - uma das formas de presentificação do objeto <em>a</em> - uma borda que surge como causa de desejo.</p> <p> </p>Rodrigo da Silva AlmeidaRogério Paes Henriques
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2024-11-072024-11-070310311410.9771/rn.3.03.62662O Macabê-a-bá
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<p>O desejo do sujeito é instaurado após a extração do objeto <em>a</em> da realidade, sendo constituído pelo lugar vazio deixado por ele, que engendra a movimentação do sujeito na tentativa de reintroduzi-lo na linguagem. Dito isso, a escrita literária pode ser pensada como uma produção motivada por um desejo, na tentativa de explicar essa falta. Logo, neste artigo, trata-se de elaborar, a partir da obra <em>A hora da estrela</em>, da autoria de Clarice Lispector, as possíveis aproximações acerca do desejo e seu objeto, no viés da teoria psicanalítica, com a narrativa de um texto literário. Nesse intuito, será argumentado como o encontro com um vazio desloca as personagens e a autora a constituírem o texto, buscando situar esse objeto na linguagem. Através da aproximação entre psicanálise e literatura, percebe-se a extensão de comutatividade que o saber psicanalítico e as obras literárias possuem entre si, permitindo um aprofundamento acerca do objeto.</p>Nuno Figueiredo Souza Venâncio Lopes Machado
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2024-11-072024-11-070311512510.9771/rn.3.03.63342No princípio, era a angústia
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<div class="chat-message-row human"> <div class="chat-message"> <div class="chat-message-txt"> <div class="chatpdf-markdown"> </div> </div> </div> </div> <div class="chat-message-row ai"> <div class="chat-message"> <div class="chat-message-txt"> <div class="icon-button"> </div> <div class="chatpdf-markdown"> <p>Este ensaio busca explorar a distinção e a interconexão entre a ansiedade e a angústia, tendo como foco suas origens etimológicas, interpretações filosóficas e psicológicas. A partir da análise da obra Angst de Edvard Munch e das traduções de respectivo termo norueguês, busca-se argumentar que a angústia, mais do que a ansiedade, poderia ser o termo original usado para descrever certas emoções profundas e existenciais retratadas na arte e discutidas na filosofia. A discussão culmina na ideia de que, embora a ansiedade seja frequentemente vista como distinta da angústia, ambas compartilham raízes conceituais profundas e sua separação pode ser mais uma questão de terminologia do que de essência. Assim, o ensaio não apenas revisita a complexidade semântica dos termos, mas também propõe uma reflexão sobre como as palavras moldam e limitam nossa compreensão das emoções e das experiências humanas.</p> </div> </div> </div> </div>Jamile Cesar
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2024-11-072024-11-070312613610.9771/rn.3.03.63281Um Caso de amor com a angústia
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<p style="font-weight: 400;">O atendimento psicanalítico é uma experiência cuja mola de tensão sofre interferência de múltiplas orientações. Em atendimento com crianças, essa mola tende a deformar a depender de seu núcleo familiar. O analista neste caso se aproxima do sintoma parental com engrenagens que podem tecer compreensões na mola infantil. Para orientar uma escuta e o norte de tratamento, devemos nos debruçar sobre esboço de estrutura na infância, a fim de não obliterar nem enquadrar um momento tão plástico como a constituição infantil. Neste trabalho a ideia se organiza em torno de um conflito semântico entre perverso e perversão. De um lado a estrutura, do outro um traço. Até onde, em que horizonte o analista pode clinicar para restituir a possibilidade de historicização desde pequeno sujeito. A tentativa do trabalho pousa na ética do desejo e repousa na métrica inconsciente que o analista só pode deixar eferver um desejo: que seu analisando deseje.</p>Tainá Cardoso Olivera
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2024-11-072024-11-070381510.9771/rn.3.03.63348Não se Deixar Afetar é Sintoma de Quê?
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<p>O presente ensaio propõe uma reflexão sobre o medo de se entregar ao amor, interpretando-o como um mecanismo de defesa contra a angústia de perder a falta primordial, constitutiva do sujeito. Com base nas distinções entre afeto e sintoma na psicanálise freudiana e lacaniana, é proposta a hipótese de que, em alguns casos, a evitação dos afetos serve para que o sujeito preserve sua incompletude, essencial para sustentar o movimento contínuo do desejo. A análise sugere que essa resistência ao amor reflete a necessidade de manter a falta, garantindo, assim, a permanência do desejo.</p>Ricardo Gusmão Machado
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2024-11-072024-11-0703162310.9771/rn.3.03.63434Amor, Não Monogamia e Angústia da falta
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<p><span style="font-weight: 400;">O relacionamento romântico, historicamente valorizado, envolve uma busca por completude e idealização do outro. Há séculos, um filósofo antigo falou sobre o amor como a busca pela metade perdida. Muito tempo depois, um psicanalista francês o define como a sublimação do desejo. Mais recentemente, outros autores propõem pensá-lo como um acontecimento pela diferença. Em meio a essas reflexões, a não monogamia se estabelece como uma contra norma à monogamia compulsória e como uma oposição ao amor romântico. Afeto este que, marcado pela busca de completude, nos gera angústia diante da falta. Considerando-se que somos sujeitos viventes, em constante transformação, atravessados por tudo o que nos toca, propõe-se refletir, então, como lidar com esta falta que nos é constitutiva, fazendo do amor um meio e não um fim. Conclui-se que viver em busca de nos completar vai contra a natureza do vazio que nos move. Em última análise, o amor nos possibilita admitir a falta que constitui tanto a nós mesmos quanto o outro.</span></p>Natália Vitória Coelho de Almeida
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2024-11-072024-11-0703243410.9771/rn.3.03.63418Antecipações Kierkegaardianas da Angústia Lacaniana.
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<p>O nome de Kierkegaard é um dos primeiros a ser citados no <em>Seminário X: a angústia </em>de Jacques Lacan e também um dos últimos. Isso não é obra do acaso, pois que o tratado do filósofo dinamarquês redigido sobre esta mesma temática chamado <em>O conceito de angústia</em> trata ostensivamente do tema e de uma tal forma que, apesar de publicado no ano de 1844 sob o pseudônimo de Vigilius Haaufeniensis, causou em meados do século XX grandes alvoroços no pensamento europeu, mas não só. É que a filosofia da existência de Kierkegaard, profundamente visceral e pungente, não permite que aqueles que dela sse aproximem se conservem silentes diante daquilo que presenciaram. A atitude de Lacan, portanto, em citá-lo é mais que acertada, uma vez que suas formulações sobre a angústia são indispensáveis a qualquer um que deseje se aproximar do tema com algum rigor e seriedade. Assim, a partir do intuito de expor algumas antecipações que Kierkegaard alcançou em relação à posterior formulação psicanalítica da questão proposta por Lacan, buscar-se-á apresentar que a sua antecipação consiste fundamentalmente em sua crítica à Psicologia, bem como sua estruturação do conceito de angústia. Ademais, a crítica a Hegel proposta pelo dinamarquês também será bem útil no que concerce a esclarecer o uso que Lacan faz desse filósofo em suas formulações, mais especificamente onde ele o antagoniza e onde é capaz de se aliar a ele.</p>Caio Paiva Vaz Sampaio Ribeiro
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2024-11-072024-11-0703364910.9771/rn.3.03.63464Jesus cura a angústia gay?
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<p><span style="font-weight: 400;">O cristianismo é a religião hegemônica do Brasil e, conforme apontam estudos, como o de Alves e Cavenaghi (2019), a vertente evangélica se tornará majoritária na década de 2030. Dentre as práticas mais marcantes desse grupo, estão o proselitismo religioso e o discurso de Jesus enquanto o Salvador do mundo pecaminoso. A homossexualidade é interpretada como pecado pela grande maioria das denominações evangélicas e cristãs país afora, o que pode vir a causar uma angústia em muitos sujeitos religiosos ou não, devido à influência cristã presente no imaginário social brasileiro. Assim, este trabalho tem por objetivo discutir, sob a perspectiva psicanalítica, sobretudo lacaniana, a angústia presente no testemunho de cura gay discursados por sujeitos que se identificam como ex-gay/trans nas igrejas evangélicas.</span></p>Murilo Silva Rigaud Campos
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2024-11-072024-11-0703505910.9771/rn.3.03.63426Editorial
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<p>Editorial do terceiro número da Revista Nós.</p>Ricardo Gusmão Machado
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2024-11-072024-11-07034510.9771/rn.3.03.64411