Analistas Reborn

O que bebês reborn, terapia com inteligência artificial e Freud têm a ver?

Autores

  • Anna Tourinho UFBA

DOI:

https://doi.org/10.9771/rn.4.04.68360

Palavras-chave:

bebês reborn, inteligência artificial, transferência, psicanálise, Freud

Resumo

Este ensaio discute o fenômeno contemporâneo dos bebês reborn e o crescente interesse por terapias mediadas por inteligência artificial, relacionando-os ao pensamento freudiano sobre vínculos humanos e o mal-estar na cultura. Analisa-se como tais fenômenos refletem o desejo de relações unilaterais, sem enfrentamento dos conflitos inerentes aos vínculos reais, tal como apontado por Freud (1930). Debate-se o risco de substituir a experiência analítica genuína por interações artificiais que, embora confortáveis, eliminam a transferência, essencial para a psicanálise. O texto evidencia que, embora tecnologias avancem, a essência da análise permanece ligada à presença de outro humano com inconsciente próprio. Conclui-se que, tanto no caso dos bebês reborn quanto no uso de inteligências artificiais, há uma tentativa ilusória de suprimir a falta e o desconforto, elementos inevitáveis, mas necessários à constituição subjetiva.

 

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Referências

FINK, Bruce. Fundamentos da técnica psicanalítica: uma abordagem lacaniana para praticantes (2007). São Paulo: Blucher, 2017.

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Publicado

2025-11-28

Como Citar

Tourinho, A. (2025). Analistas Reborn: O que bebês reborn, terapia com inteligência artificial e Freud têm a ver?. Revista Nós, 4(04), 85–94. https://doi.org/10.9771/rn.4.04.68360