A Psicose como Paradigma da Clínica Contemporânea

Autores

  • Maria Clara Carneiro Bastos

DOI:

https://doi.org/10.9771/rn.v0i02.62203

Palavras-chave:

Psicanálise;, Psicose;, Freud;, Lacan.

Resumo

A clínica psicanalítica parte, sobretudo, do modo como cada um enfrenta as implicações de sua existência e suas relações com o mundo externo, tomando o subjetivo e irrepresentável. A inserção no discurso engendra uma trama social, onde cabe observar o modo singular com que cada um faz laço, valendo-se da ideia de que haverá sempre um resto, pedaço de real não completamente absorvido pela lógica discursiva. Será propriamente através da invenção de um sinthoma que este resto encontrará alguma estabilização, inserindo o Outro nesta construção (Lacan, 1975-1976/2007). Para alcançar a complexidade da época se toma a psicose como paradigma de compreensão da clínica contemporânea, pautada na responsabilidade do sujeito e de sua singularidade como diretrizes éticas. É a partir do paradigma da psicose e sua possibilidade de laço social, que poderemos ver as soluções, bricolagens e sinthomas que amparam a cada um. Portanto, resta acompanhar e testemunhar, no um a um dos casos, a forma como cada sujeito pode, ao seu modo, remendar a sua realidade, sempre psíquica.

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Acesso em 8. mar. 2023

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Publicado

2024-07-04

Como Citar

Carneiro Bastos, M. C. . (2024). A Psicose como Paradigma da Clínica Contemporânea . Revista Nós, (02), 48–59. https://doi.org/10.9771/rn.v0i02.62203