“Transformando Cruz em Encruzilhada”: Blocos Afro de Carnaval e a Produção de Espaços Negros em Belo Horizonte

Autores

  • Ana Flávia Rezende Centro de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração da Universidade Federal de Minas Gerais (CEPEAD/UFMG).
  • Luíz Alex Silva Saraiva Universidade Federal de Minas Gerais https://orcid.org/0000-0001-5307-9750
  • Luís Fernando Silva Andrade Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho https://orcid.org/0000-0001-9963-2048

Palavras-chave:

Racialidade. Planejamento Urbano. Belo Horizonte. Resistência. Blocos afro.

Resumo

Neste ensaio teórico, propomo-nos a problematizar Belo Horizonte do ponto de vista racial quanto a processos de dominação e resistência mediante a discussão da produção de espaços negros por meio de blocos afro de Carnaval. Partimos da produção das cidades brasileiras atrelada à questão racial, evidenciando o quanto esse componente, na escravização dos negros e posteriores práticas de embranquecimento, torna as cidades, desde sua criação, espaços avessos à presença negra, para então tratar das especificidades de Belo Horizonte, a capital planejada de Minas Gerais, símbolo da modernidade e progresso que se buscava no Brasil República. Esse debate é importante pano de fundo para a discussão sobre a resistência negra na cidade, que produz espaços que primam pelo encontro, numa perspectiva de encruzilhada que pode contribuir para a virada espacial nos Estudos Organizacionais. As principais conclusões apontam para organizações de resistência negra, tais como o bloco afro Angola Janga e o Kandandu, como campo de possibilidades. Assim, reconhece-se que, do outro lado da segregação, estão as formas de (re)existir do povo negro, que luta para fazer parte dessa cidade, ao mesmo tempo que busca fortalecer sua identidade e cultura afrodiaspórica. Para além de evidenciar o seu caráter organizacional, essas manifestações recorrem a elementos estéticos e colocam os(as) negros(as) em um lugar de (re)existência que sinaliza o direito que eles (elas) também têm de ocupar a urbe para o lazer, e produzir e reforçar identidades negras.

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Biografia do Autor

Ana Flávia Rezende, Centro de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração da Universidade Federal de Minas Gerais (CEPEAD/UFMG).

Doutora em Administração pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Professora Adjunta da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP).

Luíz Alex Silva Saraiva , Universidade Federal de Minas Gerais

Doutor em Administração pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Professor Associado da UFMG. Coordenador do Núcleo de Estudos Organizacionais e Sociedade (NEOS).

Luís Fernando Silva Andrade , Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho

Doutor em Administração pela Universidade Federal de Lavras (UFLA). Professor Adjunto da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Publicado

2024-02-22

Como Citar

1.
Rezende AF, Silva Saraiva LA, Silva Andrade LF. “Transformando Cruz em Encruzilhada”: Blocos Afro de Carnaval e a Produção de Espaços Negros em Belo Horizonte. Organ. Soc. [Internet]. 22º de fevereiro de 2024 [citado 12º de maio de 2024];30(107). Disponível em: https://periodicos.ufba.br/index.php/revistaoes/article/view/50796

Edição

Seção

Artigos