Negócios e Direitos Humanos: um terreno tenso, minado e contestado
Palavras-chave:
direitos humanos, necrocapitalismo, corporaçõesResumo
O objetivo deste ensaio é analisar, criticamente, o recente campo de estudos denominado Negócios e Direitos Humanos (Business and Human Rights), que aborda os impactos negativos das violações de direitos humanos no âmbito corporativo, abrigando discussões teóricas, princípios, diretrizes, normativas e regulamentações. Desenvolvemos o ensaio concentrando-nos em três temas centrais: as atividades de negócios das corporações transnacionais impactam negativamente os direitos humanos em todo o mundo; as iniciativas criadas no sentido de abordar o impacto dos negócios sobre os direitos humanos são discursivas e, portanto, distantes das práticas; empresas e corporações utilizam-se de várias tentativas para a abstenção da responsabilidade, ainda que façam reparações simbólicas e materiais. Para isso, ilustramos com a abstenção da responsabilidade corporativa pelas violações de direitos humanos no caso do assassinato de João Alberto de Freitas cometido por seguranças do Carrefour no estacionamento de uma de suas lojas em Porto Alegre, no ano de 2020. Ao longo do texto, argumentamos que este campo revela as tensões entre negócios e respeito aos direitos humanos, entendendo que se trata de um campo minado e passível de ser contestado. Nossa contribuição reside em apontar caminhos para um envolvimento mais potente dos pesquisadores do campo da gestão, com os problemas reais que desafiam as sociedades, como as violações de direitos humanos no âmbito das organizações.
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