Que “Macho” é Esse?: “Anormalização”de Subjetividades em Videoclipes de Bregafunk
Palavras-chave:
Bregafunk music, Music videos, Alpha male, Abnormalization, Foucauldian Discourse AnalysisResumo
A indústria do entretenimento é caracterizada por produções discursivas de natureza ideológica. Desta maneira, diferentes gêneros musicais atuam como vetores de identidade; assim, é possível perceber a representação de homens como o gênero dominante em alguns. O Bregafunk se destaca entre estes gêneros, uma vez que seus videoclipes evidenciam homens héteros e viris ao mostrar mulheres, pessoas LGBTQIAPN+ e pessoas gordas de maneira estigmatizada. Baseado na teoria foucaultiana, o presente estudo aborda o processo de “anormalização” de uma subjetividade, realizado por outra subjetividade socialmente dominante como forma de defender e manter sua posição. Para realizar este processo, este trabalho apresenta a seguinte pergunta de pesquisa: como as produções de videoclipes do bregafunk representam alteridades da subjetividade masculina? No total, 777 videoclipes de bregafunk postados no YouTube entre setembro de 2012 e setembro de 2020 foram investigados a partir da análise de discurso foucaultiana a fim de responder a esta questão. Resultados evidenciaram o discurso dominante do “artista macho do bregafunk”, ancorado em uma estratégia que foca na perpetuação de estereótipos e do machismo. Assim, foi possível concluir que esta subjetividade é uma variação do macho alfa, que se baseia no repertório cultural e contexto social para se consolidar como a identidade dominante ao subjugar outras identidades em um movimento duplo consistente de uma autoafirmação e uma negação do outro. Além disso, foi possível inferir que ter como alvo mulheres, pessoas LGBTQIAPN+ e pessoas gordas pode ser uma estratégia de defesa contra o crescimento do poder político destes grupos nas últimas décadas.
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