Travestis e Transexuais na Reportagem Especial do Fantástico: As Unidades Prisionais Masculinas não são o “Show da Vida”

Autores

Palavras-chave:

Travestis e Mulheres Trans, Reportagem Especial do Fantástico, Unidades Prisionais Masculinas, Interseccionalidade, Pontos de Inflexão

Resumo

Em março de 2020, o programa dominical Fantástico exibiu uma reportagem especial com o médico Drauzio Varella sobre travestis e mulheres trans que estão há anos em unidades prisionais masculinas do Brasil. Este estudo se propõe a analisar como essas pessoas enfrentam o preconceito, o abandono, a violência e a solidão, dialogando com a interseccionalidade ao destacar marcadores sociais de diferença e com pontos de inflexão, os quais marcam o momento em que algo começa a mudar de forma significativa na  história e na trajetória de vida do sujeito. O corpus deste estudo é constituído pela análise de textos, imagens e vídeos, com foco nas análises interpretativa e interseccional e na identificação de pontos de inflexão. Os estratos de histórias de vida aqui discutidos revelam a  expressão de identidades, os preconceitos e as discriminações sofridas, portanto, favorecem a discussão sobre privilégios e desigualdades sociais baseadas em gênero e orientação sexual. A expressão dessas identidades oscila entre o mundo circunscrito, artificial do cárcere, que de alguma forma favorece a vivência aberta dos modos de ser e de viver, e a demonstração do sofrimento infringido pela discriminação da sociedade envolvente, com suas impossibilidades de inclusão e seus ditames sobre quem pode ou não ser aceito.

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Biografia do Autor

Marcos Vinicius Dalagostini Bidarte, Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS

Homem cisgênero, bissexual, branco, sem deficiência, classe média baixa, de esquerda, católico, umbandista, natural de Santana do Livramento (RS) e migrante rural. Doutorando em Administração pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), mestre e bacharel em administração e técnico em biocombustíveis. Professor substituto da Escola de Administração da UFRGS. Pesquisador com interesse nas temáticas de gênero, diversidade e pesquisa qualitativa.

Lucas Gabriel Silveira do Canto, Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA)

Homem transgênero, bissexual, preto de pele clara, sem deficiência, classe média baixa, de esquerda, candomblecista, natural de Santana do Livramento (RS) e militante do Coletivo de Juventude Kizomba e do Coletivo Nacional de Juventude Negra – Enegrecer. Técnico em gastronomia pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Sul-Riograndense (IFSul) e graduando em Direito pela Universidade Federal do Pampa (Unipampa). Pesquisador com interesse nas temáticas de criminologia e teoria racial.

Maria Beatriz Rodrigues, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)

Mulher cisgênera, heterossexual, branca, sem deficiência, classe média, e mesmo sendo assim, tão média e padrão, pauta sua vida acadêmica em ações e produções que respeitam as diferenças. Doutora em sociologia pela Sussex University, com pós-doutorado em educação pela Universidade
Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), mestre em administração e psicóloga. Professora Adjunta da Escola de Administração e do Programa de Pós-Graduação em Administração da UFRGS. Professora visitante do Dipartimento di Scienze della Formazione, dei Beni Culturali e del Turismo, Università degli Studi di Macerata, Itália. Pesquisadora do grupo de pesquisa Trabalho e Saberes na Contemporaneidade.

Publicado

2023-02-01

Como Citar

1.
Dalagostini Bidarte MV, Silveira do Canto LG, Rodrigues MB. Travestis e Transexuais na Reportagem Especial do Fantástico: As Unidades Prisionais Masculinas não são o “Show da Vida”. Organ. Soc. [Internet]. 1º de fevereiro de 2023 [citado 17º de agosto de 2024];30(104). Disponível em: https://periodicos.ufba.br/index.php/revistaoes/article/view/48626

Edição

Seção

Artigos