Uma Forma Pragmática de Abrir a Pesquisa e a Educação em Gestão: Ludicidade, Ambiguidade e Desterritorialização

Autores

Palavras-chave:

ciência aberta, abertura, pragmatismo, John Dewey, ludicidade, ambiguidade, desterritorialização, filosofia do processo.

Resumo

O movimento da ciência aberta alcançou a pesquisa e a educação em gestão. Em todo o mundo, os acadêmicos de gestão discutem, pesquisam e avaliam formas de tornar as suas práticas de trabalho menos “fechadas” e mais “abertas”. Entretanto, de que forma, exatamente, essas novas práticas de trabalho mudam o conhecimento e o ensino em gestão depende, em grande medida, da interpretação filosófica que os profissionais fazem de 'abertura'. Atualmente, a abertura na pesquisa e na educação em gestão é interpretada principalmente como uma característica da entrada ou saída do trabalho de conhecimento. Essas interpretações concebem a pesquisa e a educação como entidades relativamente estáveis, que podem ser abertas em alguns pontos claramente definidos. O nosso estudo tem por objetivo superar essa concepção e propor uma interpretação nova e mais radical de abertura. Propomos reconsiderar a abertura por meio da abordagem processual do Pragmatismo americano e, assim, em um sentido que dispense a exigência da predisposição da pesquisa e da educação como entidades estáveis. Por meio desta interpretação de abertura, a pesquisa e a educação em gestão podem ser transformadas em um movimento democrático coprodutivo, que pode trazer conhecimentos comuns entrelaçados com os verdadeiros problemas societais e de gestão. Para oferecer uma primeira descrição da abertura como um processo que pode transformar a pesquisa e a educação em gestão, analisamos o material etnográfico a partir de dois tipos de experimentos pragmáticos, facilitados pelo primeiro autor entre 2016 e 2021. Identificamos três dimensões-chave no processo de abertura da pesquisa e da educação: ludicidade, ambiguidade e desterritorialização.  O nosso estudo avança os debates sobre a questão de como a pesquisa em gestão pode ser mais imediatamente útil para abordar as preocupações dos profissionais e estudantes de gestão.

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Biografia do Autor

François-Xavier de Vaujany, Université Paris-Dauphine-PSL, França

Doutorado em Administração e Organização pela Université Jean Moulin, Lyon III (França). Professor titular de Estudos de Gestão e Organização na Université Paris Dauphine-PSL e pesquisador da DRM (UMR CNRS 7080) desde 2010.

E-mail: devaujany@dauphine.fr

ORCID: https://orcid.org/0000-0002-5796-6055

Maximilian Heimstädt, Weizenbaum Institute, Alemanha

Doutorado em Administração de Empresas pela Freie Universität Berlin. Posteriormente, pesquisador pós-doutorando no Instituto Reinhard Mohn de Administração da Universidade Witten/Herdecke. Atualmente, Chefe do Grupo de Pesquisa "Reorganizando Práticas de Conhecimento" no Instituto Weizenbaum para a Sociedade em Rede em Berlim e Pesquisador Sênior na Faculdade de Sociologia da Universidade de Bielefeld.

E-mail: m.heimstaedt@udk-berlin.de

ORCID: https://orcid.org/0000-0003-2786-8187

Publicado

2022-10-28

Como Citar

1.
de Vaujany F-X, Heimstädt M. Uma Forma Pragmática de Abrir a Pesquisa e a Educação em Gestão: Ludicidade, Ambiguidade e Desterritorialização. Organ. Soc. [Internet]. 28º de outubro de 2022 [citado 20º de outubro de 2024];29(103). Disponível em: https://periodicos.ufba.br/index.php/revistaoes/article/view/48378

Edição

Seção

Artigos