Gestão de espaço de fala e análise das condições de produção de versões sobre um crime corporativo: o caso do rompimento da barragem B1 da Vale S/A em Brumadinho/MG

Autores

  • Elizeu Barroso Alves Programa de Mestrado e Doutorado em Administração da Universidade Positivo (PMDA-UP)Práticas de Gestão em Contexto Organizacional (PEGO-UNINTER). https://orcid.org/0000-0001-8954-3383

Palavras-chave:

crime corporativo, management, minério-dependência

Resumo

O presente trabalho analisa como foi construída as condições de produção de versões do crime corporativo relacionado ao rompimento da barragem da Vale S/A em Brumadinho/MG a partir da análise do relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito da Câmara dos Deputados – CPI Bruma. Sobre o crime corporativo, este estudo traz uma particular contribuição ao apresentá-lo como o crime legitimado pelo Management, no qual a dinâmica das organizações operadas sob sua lógica influencia as práticas criminosas na medida em que pressiona por resultados econômicos a qualquer custo. Assim, nosso estudo teve por objetivo analisar como se construiu as condições de produção de versões sobre o crime corporativo a dinâmica discursiva em torno do crime corporativo da Vale S/A em Brumadinho/MG, na Comissão Parlamentar de Inquérito da Câmara dos Deputados – CPI Bruma. Metodologicamente, buscamos nos orientar pela pesquisa documental no processo investigativo e relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito da Câmara dos Deputados, criada especificamente para investigar o rompimento da barragem B1 da Mina Córrego do Feijão, aplicando uma análise de discurso de perspectiva habermasiana, visando demonstrar que as práticas comunicativas podem ser distorcidas intencionalmente em benefício de um grupo e em detrimento de outro. Com isso, analisou-se a gestão do Espaço de Fala na CPI, sob o prisma habermasiano, os múltiplos discursos sob as premissas das pretensões de validez do ato de fala, e suas distorções comunicativas. Apontamos indícios do Relatório da CPI Bruma que apontam que o rompimento da Barragem B1 da Mina Córrego do Feijão não foi um acidente. Ocorreu por conta da negligência da Vale S/A, que visou ao seu êxito financeiro, optando por priorizar os resultados econômicos e ignorar o perigo iminente do rompimento.

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Biografia do Autor

Elizeu Barroso Alves, Programa de Mestrado e Doutorado em Administração da Universidade Positivo (PMDA-UP)Práticas de Gestão em Contexto Organizacional (PEGO-UNINTER).

Doutor em Administração pela Universidade Positivo. Pesquisador do Grupo de Pesquisa de Práticas
de Gestão em Contexto Organizacional (PEGO-UNINTER). Professor do Centro Universitário Internacional Uninter. Professor visitante da Escola de Administração Pública - Cidade de Curitiba.
Seus interesses de pesquisa são Racionalidades, Empreendimentos de Economia Solidária, Pragmática da Linguagem, Formação do Egresso em Administração, Crimes Corporativos, Accountability, Compliance, Gestão Pública, Mercadologia e Inovação nas Organizações.

Publicado

2023-02-01

Como Citar

1.
Alves EB. Gestão de espaço de fala e análise das condições de produção de versões sobre um crime corporativo: o caso do rompimento da barragem B1 da Vale S/A em Brumadinho/MG. Organ. Soc. [Internet]. 1º de fevereiro de 2023 [citado 22º de novembro de 2024];30(104). Disponível em: https://periodicos.ufba.br/index.php/revistaoes/article/view/48169

Edição

Seção

Artigos