“Arreda, Homem, que aí Vem Mulher”: Gênero e Afrorreligiosidade em Organizações Religiosas Afro-brasileiras
Palavras-chave:
organizações religiosas, afrorreligiosidade, gênero, Pomba-GiraResumo
Esta pesquisa investiga como organizações religiosas de matriz africana, por meio do discurso expresso nos cânticos destinados e entoados às Pomba-Giras1, contestam os estereótipos de gênero, possibilitando a compreensão de múltiplas feminilidades. Neste artigo, para analisar o corpus, optou-se pelo aporte teórico metodológico da análise do discurso (AD) de linha francesa oriunda do pensamento de Pêcheux. Observamos que ao estudar o gênero em organizações religiosas, por meio da figura da Pomba-Gira, abrem-se espaços para novos diálogos dentro do campo dos estudos organizacionais, além de compreender como algumas palavras usadas no cotidiano para menosprezar a mulher podem assumir outros significados nos cânticos, contribuindo para uma compreensão da performance do feminino de uma forma não puritana. A partir da reflexão proposta por este artigo, ousamos afirmar que a Pomba-Gira não é apenas uma divindade, mas também um dos inúmeros modos de performance de gênero, servindo de lente para compreender outras formas de resistência e existência das múltiplas feminilidades em diversos tipos de organizações e práticas organizativas. Seguindo o pensamento de Oyěwùmí ao propor uma análise oxunista sobre gênero e embasados nas características da divindade Ọ̀ṣun (Oxum), sugerimos aqui o pombagirismo como orientação analítica para os estudos de gênero.
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