Gênero, Feminismo e Diplomacia: Analisando a Instituição pelas Lentes Feministas das Relações Internacionais
Palavras-chave:
gênero e diplomacia, mulheres diplomatas, feminismo nas RI.Resumo
A agenda feminista nas relações internacionais tem-se debruçado recentemente sobre questões de gênero na diplomacia, focando principalmente, ainda que não exclusivamente, em analisar as trajetórias das diplomatas na instituição. Nesse processo, os escassos estudos sobre o tema alicerçam-se primariamente em estudos de caso nacionais, recorrendo à chave de gênero para examinar as estruturas de poder fundadas em ideais de masculinidade e feminilidade que estabelecem padrões de desigualdade e discriminação dentro da instituição. Neste artigo, sistematizamos uma revisão desses estudos – nacionais e internacionais –, objetivando compreender as articulações teóricas e metodológicas que fundamentam uma análise de gênero da diplomacia, entendendo-a como uma instituição generificada em que operam hierarquias de poder fundadas no gênero. Em termos metodológicos, sistematizamos os principais conceitos e marcos teóricos dessa agenda de pesquisa, relacionando-a com a agenda mais ampla de feminismo nas relações internacionais. Mapeamos os métodos mais recorrentes e apontamos as lacunas tanto teóricas quanto metodológicas a serem preenchidas em pesquisas futuras. De modo a dialogar com a realidade nacional, revisamos brevemente os principais estudos sobre gênero e diplomacia conduzidos tanto pelo Itamaraty, como pela academia. Concluímos que a agenda de pesquisa de gênero e diplomacia dispõe de um rico arsenal conceitual e teórico que estabelece múltiplos diálogos com as teorias feministas institucionais e com os feminismos nas relações internacionais. Entretanto, lacunas persistem tanto na incorporação de interseccionalidades quanto na abordagem comparativa dos casos, ambas fundamentais para o aprofundamento da análise de gênero da diplomacia como instituição.
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