Desigualdades e Resistências no Organizar de Práticas Festivas Marginalizadas

Autores

  • Nathália Brunet Procópio da Silva
  • Letícia Dias Fantinel Universidade Federal do Espírito Santo

Palavras-chave:

congo capixaba, não-lugares, festas afro-brasileiras, micropolíticas, desigualdade

Resumo

Este artigo parte do entendimento da festa como organização e instância multiforme e mediadora na sociedade (R. Amaral, 1998; Davel, 2016). O objetivo proposto foi refletir sobre a produção social de desigualdades e resistências na organização do congo capixaba, a partir de uma perspectiva micropolítica. As reflexões teóricas partiram das discussões de Certeau (Certeau, 1985, 2008, 2012; Certeau, Giard, & Mayol, 2003) aliadas às reflexões de Hall (2003, 2011) e Sansone (2004) sobre a cultura negra contemporânea. O campo empírico da investigação foi o Carnaval de Congo de Máscaras de Roda D’água, a pesquisa se valeu do método etnográfico como estratégia de produção e interpretação de dados. Os achados apontam para o que denominamos de os “não-lugares do congo” enquanto produtos de condições sociais de marginalidade produzidas historicamente, bem como de invisibilidade étnica-racial reforçadas no contexto organizacional da festa. Tais não-lugares operam no campo religioso, turístico e macropolítico cultural. Por outro lado, evidenciamos como os sujeitos destas condições empreendem táticas de enfrentamento por meio de micropolíticas travadas em seus cotidianos, articuladas especialmente em torno de sentidos de tradição e pertencimento. 

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Biografia do Autor

Nathália Brunet Procópio da Silva

Mestrado em Administração pela Universidade Federal do Espírito Santo. Graduação em Comunicação Social com hab. em Produção Cultural pela Universidade Federal da Bahia. Técnica em Turismo pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia. Atua com produção em artes visuais, elaboração e gestão de projetos culturais. Pesquisadora do Plano “ES Criativo”. Interesse por pesquisas relacionadas à temáticas como práticas organizativas, culturas afro-brasileiras, arte e artesanato, gestão de equipamentos e organizações culturais.

E-mail: natibrunet@gmail.com
ORCID: https://orcid.org/0000-0001-8911-4167

Letícia Dias Fantinel, Universidade Federal do Espírito Santo

Doutorado em Administração pela Universidade Federal da Bahia, com estágio-sanduíche na Universidade Paris IX. Mestrado e graduação em Administração pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Professora no Departamento de Administração e no Programa de Pós-graduação em Administração da Universidade Federal do Espírito Santo. Atuou como editora da Revista Gestão & Conexões. Membro do corpo editorial da Revista Acadêmica São Marcos e da Revista de Administração da UNIME. Pesquisadora do GESIP/UFES - Grupo de Estudos em Simbolismos e Práticas Cotidianas em Organizações. Pesquisas voltadas para temas como cultura e simbolismo nas organizações, sociabilidades organizacionais, representações sociais, espaço e tempo nas organizações, práticas organizativas, relações organizadas entre humanos e outros animais, etnografia.

E-mail: leticiafantinel@gmail.com
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-4589-6352

Publicado

2021-04-26

Como Citar

1.
Procópio da Silva NB, Fantinel LD. Desigualdades e Resistências no Organizar de Práticas Festivas Marginalizadas. Organ. Soc. [Internet]. 26º de abril de 2021 [citado 30º de junho de 2024];28(96). Disponível em: https://periodicos.ufba.br/index.php/revistaoes/article/view/28472

Edição

Seção

Artigos