Editorial
Resumo
Estimadas leitoras e estimados leitores,
É com muita alegria que chegamos ao número 78 da O&S, com o inestimável apoio do IBEPES, sobretudo em meio à crise financeira que assola as instituições federais de ensino superior do país. Ao IBEPES, nossos sinceros agradecimentos.
Visando à manutenção da O&S nos estratos superiores da classificação Qualis-CAPES, seguimos no caminho de aperfeiçoamento contínuo de nossos processos. Perseguimos de forma incansável a provisão de respostas mais céleres aos autores e, com a ajuda de nossos referees e membros do conselho editorial, temos sido contemplados com pareceres construtivos para o aperfeiçoamento dos trabalhos. Infelizmente, questões financeiras impõem limites à veiculação de um maior número de artigos nas edições da nossa revista, fazendo com que um número relativamente restrito – se compararmos com os mais de 400 artigos que recebemos por ano – passe para os processos de avaliação e possam ser publicados. Se, por um lado, tal cenário frustra alguns autores com trabalhos não aceitos, ainda que promissores, por outro, ganham os leitores que desfrutam material cada vez mais rico e instigante, que reflete a evolução qualitativa da academia brasileira.
A edição atual, além de contar com trabalhos de extrema qualidade de autores pertencentes a instituições nacionais de destaque, traz também dois trabalhos internacionais de acadêmicos que escolheram a O&S como destino de suas produções qualificadas. Nessa linha, o trabalho de Jean-Louis Laville, um dos maiores pesquisadores mundiais do campo da Economia Solidária, aporta uma importante reflexão acerca das contribuições da noção de economia plural para esse campo de práticas e para o fortalecimento das instituições democráticas. Por seu turno, diretamente de Portugal, Maria das Dores Horta Guerreiro, Ana Margarida Martins Barroso e Eduardo Alexandre Anastácio Rodrigues brindam os leitores brasileiros com uma extensa investigação sobre a qualidade no trabalho em oito países europeus. Inequivocamente, os dois trabalhos em tela contribuem para o processo de internacionalização da O&S e da academia brasileira.
Não menos importantes, em absoluto, os trabalhos oriundos de instituições brasileiras abordam temas de ponta e de alto interesse para os estudiosos das relações entre as organizações e a sociedade. Abordando a coisa mais importante dentre as coisas menos importantes, o futebol, Daniel Siqueira Pitta Marques e André Lucirton Costa tocam em uma ferida aberta e, de certa maneira, responsável pelos 7 x 1 de triste lembrança em 2014: os problemas de governança enfrentados pelos clubes brasileiros. Como alento, os autores sugerem algumas saídas e proposições a um novo marco regulatório para a gestão de clubes de futebol.
O trabalho de Robson Malacarne, Moisés Balassiano e Valcemiro Nossa preenche uma lacuna importante no campo da Administração, relacionada às reações das pessoas em face das metas impostas por sistemas Balanced Scorecard (BSC) em uma instituição de ensino.
Abordando o mesmo tipo de organização, Lívia Maria Reis Pereira, Elisabeth Loiola e Sonia Maria Guedes Gondim mostram os procedimentos de construção e de validação de um inventário que inclui escalas de aprendizagem de competências, de suporte à transferência e de desempenho docente por meio de uma extensiva abordagem quantitativa envolvendo 219 docentes.
Fazendo jus à tradição plural da O&S, Fernando Guilherme Tenório invoca os romances Robinson Crusoé e Germinal para questionar a ênfase mercantilista que permeia as relações contemporâneas. Deixando de lado a forma estruturada dos textos acadêmicos, tipificada pelo autor como “mesmice redacional”, ele traz reflexões para o estudo do campo da Administração.
Diretamente do Planalto Central, Lamartine Vieira Braga e Ricardo Corrêa Gomes apresentam o conceito de “Governança Responsiva”, em que a efetividade se vincula a seu atributo-chave: a responsividade. Por meio de uma ampla pesquisa em diversos países, os autores desvendam relações entre participação eletrônica nos processos políticos e na formulação e implementação de políticas públicas, efetividade governamental e responsabilização dos agentes públicos.
Por fim, Caroline Foscaches, Maria Sylvia Macchione Saes e Gabriela Feresin Jardim Vacari exploram as diferentes respostas organizacionais utilizadas na aquisição de matérias-primas no setor de torrefação e moagem de café brasileiro. Ao colocarem ênfase nas formas plurais de governança, as autoras discutem relações entre regulamentação setorial e estratégias organizacionais.
Desejamos uma boa leitura. Que desfrutem da O&S.
Ariadne Rigo e Sandro Cabral
Editores Executivos O&S
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