As identidades fragmentadas no cotidiano da Feira do Produtor de Maringá
Palavras-chave:
cotidiano, identidade organizacional, feira, Michel de Certeau, pequeno produtor ruralResumo
Neste artigo, em um trabalho de resgate histórico de mais de 30 anos, procuramos compreender como as práticas cotidianas dos sujeitos vão se alterando à medida que a identidade organizacional do local onde trabalham se modifica. O estudo foi feito na Feira do Produtor de Maringá, fazendo uso de observação, de entrevistas de história oral temática e da análise do discurso. Verificamos que a Feira do Produtor de Maringá apresenta uma identidade fragmentada e constatamos no seu transcurso histórico que, no início, táticas e estratégias encontravam-se ligadas a novas experiências e saberes vinculados ao ofício dos feirantes. À medida que aumenta a formalização da feira e, por sua vez, seus instrumentos disciplinares, novas táticas e estratégias são criadas para driblar esses novos instrumentos de controle, assim como para amenizar a situação das identidades reprimidas, que nesse novo contexto se acentuam. Observamos na pesquisa movimentos de resistências e pequenos protestos por parte de alguns feirantes, no sentido de defender espaços temporários de posições identitárias, muito embora essas lutas sejam ofuscadas diante de uma aparente estabilidade, que se impõe por diferentes instrumentos disciplinares e por diversos discursos que inibem comportamentos não congruentes com os prescritos na feira.
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