Literatura, dramatização e formação gerencial: a apropriação de práticas teatrais ao desenvolvimento de competências gerenciais

Resumo

Quanto mais instável o ambiente de negócios, mais importante se tornam capacidades como a de perceber rapidamente o que ocorre neste contexto em mutação ou de alterar diretrizes estabelecidas (improvisação), ou de entender novos clientes (empatia). A essas competências pouco tangíveis, mas atualmente muito importantes na gestão dos negócios, denominamos "competências voláteis", tendo em vista a dificuldade para apreendê-las, dimensioná-las e avaliá-las. Face à sua natureza intangível, a exploração de competências voláteis parece ser mais viável no campo da formação gerencial. Mas também neste espaço há dificuldades. Por exemplo, as metodologias de ensino-aprendizagem hoje empregadas em processos de formação gerencial parecem não ser as mais adequadas à exploração e à apropriação de competências tão pouco tangíveis. Se é certo que sua exploração ocorre também em muitos campos como o da arquitetura ou do direito ou ainda, da medicina, é no campo da arte, como música, literatura, teatro, cinema, que sua exploração mais sistemática ocorre. Foi essa perspectiva, associada à vivência como docente e profissional em artes cênicas, o que nos fez recorrer às práticas teatrais e às suas possibilidades pedagógicas, como meio de exploração das "competências voláteis".