“E ESSA TAL GESTÃO DA DIVERSIDADE?”

COM A PALAVRA, AS PESSOAS NÃO-CISHETEROSSEXUAIS

Autores

DOI:

https://doi.org/10.9771/revdirsex.v3i2.50018

Palavras-chave:

Diversidade sexual, Sexualidade, Gestão da diversidade, Diversidade nas organizações

Resumo

A sexualidade, enquanto um constructo subjetivo inerente à existência humana, se expressa por meio das diferenças. O ato dessa expressão, porém, acaba produzindo movimentos reativos e opressores, haja vista o padrão cisheteronormativo no qual a sociedade se baseia, traduzindo-se em diversas formas de opressão. Tal cenário também deve ser percebido, compreendido e gerenciado pelas organizações, haja vista a presença dessas opressões dentro de sua estrutura. Diante deste contexto, o presente estudo tem como objetivo analisar de que maneira as pessoas dissidentes do padrão cisheteronormativo percebem a gestão da diversidade nas organizações. De abordagem qualitativa, realizou-se a coleta de dados por meio de entrevistas semiestruturadas, tornando-se possível verificar que as organizações ainda não desenvolvem políticas de gestão da diversidade de forma eficaz, no momento em que estas não operam nos processos de desconstrução necessários para a reestruturação de uma cultura organizacional livre de preconceitos e que se distancie do padrão cisheteronormativo normatizado na sociedade.

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Biografia do Autor

William Roslindo Paranhos, Universidade Federal de Santa Catarina

Mestre em Engenharia e Gestão do Conhecimento (aprovado com Louvor) pelo PPGEGC da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) com dissertação premiada no KMBrasil 2021, promovido pela Sociedade Brasileira de Gestão do Conhecimento. Atualmente é pessoa pesquisadora do Grupo Afrodite - Laboratório Interdisciplinar de Ensino, Pesquisa e Extensão em Sexualidades (UFSC/CNPq) nas seguintes linhas de pesquisa: Corporalidades, gêneros, diversidade sexual e saúde; Gêneros e sexualidades: interseccionalidades e interferências culturais; Educação continuada em gêneros e sexualidades no sistema educacional e assistência à saúde; e do Grupo de Pesquisa Inovação em Ciência e Tecnologia (Comovi - UFSC/CNPq) nas seguintes linhas: Diversidades, integralidade humana e plenitude; Desenvolvimento do potencial humano; Organizações saudáveis e gestão humana. Especialista em Estudos de Gênero e Diversidade na Escola, também pela UFSC. Cursa o Professional Self Coaching pelo Instituto Brasileiro de Coaching, e possui formação em Análise Comportamental pela mesma instituição. Pessoa professora convidada da disciplina de Tópicos Especiais: Diversidades nas Organizações e suas Práticas de Gestão, vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Gestão do Conhecimento/UFSC. Pessoa professora conteudista da Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC) e da Laureate International Universities, onde também atua como pessoa parecerista e produtora de planos de ensino para pós-graduação. Docente da Unisociesc, atuando como pessoa professora/mentora das disciplinas de Projeto Interdisciplinar e LAI - Laboratório de Aprendizagem Integrada (desenvolvimento de habilidades socioemocionais - Soft Skills). Especialista de Ensino do SENAI/SC. Pessoa consultora, palestrante e (desin)formadora para organizações públicas, privadas e do terceiro setor. Atuou em municípios catarinenses com formação continuada para mais de 1000 docentes da rede pública na área de diversidade e sexualidades na escola (ensino infantil ao médio). Possui experiência nas áreas de: integralidade humana, diversidades na escola, educação continuada em gêneros e sexualidades no sistema educacional, diversidades nas organizações, diversidade sexual, interseccionalidades, organizações saudáveis, desenvolvimento do potencial humano, soft skills e formação docente. É pessoa autora de capítulos de livros e artigos em anais de eventos e periódicos nacionais e internacionais.

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Publicado

2022-12-29

Como Citar

PARANHOS, W. R.; ANTUNES VIEIRA WILLERDING, I.; MAFRA LAPOLLI, Édis. “E ESSA TAL GESTÃO DA DIVERSIDADE?”: COM A PALAVRA, AS PESSOAS NÃO-CISHETEROSSEXUAIS. Revista Direito e Sexualidade, Salvador, v. 3, n. 2, p. 166–188, 2022. DOI: 10.9771/revdirsex.v3i2.50018. Disponível em: https://periodicos.ufba.br/index.php/revdirsex/article/view/50018. Acesso em: 25 abr. 2024.