Cultura alimentar como patrimônio cultural imaterial

o registro do ofício das baianas de acarajé

Autores

  • Lina Luz Cavalcante Instituto Mirante de Cultura e Arte
  • Rodrigo Vieira Costa Universidade Federal Rural do Semi-Árido https://orcid.org/0000-0002-6400-9077

DOI:

https://doi.org/10.9771/pcr.v16i1.52820

Palavras-chave:

Patrimônio cultural imaterial. Cultura alimentar. Políticas culturais. Baianas de Acarajé.

Resumo

O artigo versa sobre o reconhecimento da cultura alimentar enquanto patrimônio cultural imaterial, a partir de lente socioantropológica, tendo por base os instrumentos das políticas culturais brasileiras entre o período de 2003 a 2013. Para tanto, realizamos estudo de caso sobre o Registro do Ofício das Baianas de Acarajé, buscando refletir sobre os sentidos atribuídos pelas detentoras desse saber à patrimonialização, a importância desse bem cultural para suas identidades e a transformação das práticas alimentares envolvendo o bem em decorrência das disputas e mudanças no seu fazer. Os resultados apresentados são frutos das opções de teóricas interdisciplinares de caráter qualitativo, pesquisas bibliográfica e documental, somadas à observação direta e à aplicação de entrevistas semiestruturadas, bem como de questionário.

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Biografia do Autor

Lina Luz Cavalcante, Instituto Mirante de Cultura e Arte

Gestora, educadora e pesquisadora nas áreas de Políticas Públicas de Cultura, Cultura Alimentar e Gastronomia. Mestre em Sociologia, especialista em Gestão Cultural, técnica em Gastronomia e graduada em História. Com mais de 25 anos de experiência na produção, criação, implantação e gestão de projetos e programas de formação e fruição cultural. Com passagem pelo Instituto Brasil África como coordenadora executiva do Youth Technical Training Program (YTTP) e da exposição Centenário Mandela, no Brasil, com montagem no Palácio Itamaraty em Brasília. Foi diretora administrativo-financeira de uma das maiores organizações sociais do país, o Instituto Dragão do Mar, onde assessorou a criação das Escolas Porto Iracema das Artes e a Gastronomia Social Ivens Dias Branco (EGSIDB), ambas referências nacionais em seus campos de atuação. A ultima experiência foi de assessoria de gestão e políticas culturais e coordenação geral de Cultura Alimentar da EGSIDB, sendo responsável por implantar e gerir tecnologias de construção de conhecimento inovadoras, com destaque para o empreendedorismo social, o combate à fome, a inserção de jovens no mercado de trabalho e o apoio de pesquisas que visem promover soluções para cadeia produtiva da alimentação e promovam valorização identitária, combinando tradição e inovação. Agora no Instituto Mirante de Cultura e Arte fazendo assessoria de gestão cultural.

Rodrigo Vieira Costa, Universidade Federal Rural do Semi-Árido

Coordenador do Curso de Direito da Universidade Federal Rural do Semi-Árido. Investigador Visitante com Estágio Pós-Doutoral no Centro de Estudos Sociais (CES) na Universidade de Coimbra (2020-2021). Docente Permanente do Programa de Mestrado em Direito da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (PPGD/UFERSA). Doutor em Direito pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Mestre em Direito Constitucional pela Universidade de Fortaleza (UNIFOR). Graduado em Direito pela Universidade de Fortaleza (UNIFOR). Pesquisador-Líder do DiGiCULT/UFERSA - Estudos e Pesquisas em Direito Digital e Direitos Culturais. Membro do Colegiado do Programa de Pós-Graduação em Direito da UFERSA. Membro do Grupo de Estudos e Pesquisas em Direitos Culturais da Universidade de Fortaleza (GEPDC/UNIFOR). Membro do Grupo de Estudos de Direito Autoral e Industrial da Universidade Federal do Paraná (GEDAI/UFPR). Membro do Instituto Brasileiro de Direitos Culturais - IBDCULT. Membro do Instituto de Pesquisa, Direitos e Movimentos Sociais (IPDMS). Atualmente, realiza pesquisas nas áreas relativas aos direitos culturais, como patrimônio cultural, direitos intelectuais, incentivos e fomento à cultura, direitos dos trabalhadores da cultura, políticas culturais e Administração Pública da Cultura. Interessa-se igualmente por direito digital, pelo marco civil da internet, pelo impacto das novas tecnologias da informação e da comunicação no direito e pelas relações entre liberdade de expressão, privacidade e ambiente digital. 

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Publicado

2023-07-14

Como Citar

Luz Cavalcante, L., & Vieira Costa, R. (2023). Cultura alimentar como patrimônio cultural imaterial: o registro do ofício das baianas de acarajé. Políticas Culturais Em Revista, 16(1), 107–139. https://doi.org/10.9771/pcr.v16i1.52820

Edição

Seção

Dossiê - Cultura alimentar e política cultural