“A coragem de ser” trabalhadora rural nordestina: narrativas de mulheres teimosamente viventes

Autores

  • Gabriela Monteiro Araújo

Resumo

O artigo se propõe a investigar e visibilizar práticas discursivas contra-hegemônicas, com ênfase nas histórias e experiências construídas pelas mulheres trabalhadoras rurais do Movimento da Mulher Trabalhadora Rural do Nordeste (MMTR-NE). Vinculando o percurso depredador da narrativa hegemônica a um projeto de dominação e normatividade, a autora defende que o apagamento é uma estratégia antiga de manutenção da concentração de poder e recursos, denunciando como o elemento da farsa está sempre presente nos jogos de manipulação de dizibilidades. O texto reflete a própria região como produto de um discurso que sustenta estruturas, produz sentidos e sensibilidades – e a estereotipia colonial encena um Nordeste que precisa de tutela, um Nordeste de pele escura, ignorante e bárbaro. Considerando toda formação discursiva como fundamentalmente um lugar de poder, o texto se inspira principalmente nas heranças do pensamento feminista negro, pois como Neusa Santos já declarou, “construir um discurso sobre si mesma é um dos caminhos de avançar em autonomia”, para aprender com a teimosia das trabalhadoras rurais em insistir na autodefinição de si mesmas, produzindo assim fissuras e aberturas possíveis, nos roçados, no cinema e nas universidades.

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Biografia do Autor

Gabriela Monteiro Araújo

Mestra em Estudos Interdisciplinares sobre Mulheres, Gênero e Feminismos (PPGNEIM-UFBA); Especialista em Gênero, Desenvolvimento e Políticas Públicas (UFPE); Bacharela em Comunicação Social - Jornalismo (UFPE).

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Publicado

2020-11-10

Como Citar

MONTEIRO ARAÚJO, G. “A coragem de ser” trabalhadora rural nordestina: narrativas de mulheres teimosamente viventes. Revista Feminismos, [S. l.], v. 7, n. 3, 2020. Disponível em: https://periodicos.ufba.br/index.php/feminismos/article/view/42079. Acesso em: 19 dez. 2024.

Edição

Seção

Dossiê JUSTIÇA REPRODUTIVA: MATERNIDADES E VIOLÊNCIAS