Atravessando caminhos: escutas e narrativas possíveis entre psicanálise e feminismo
Resumo
Instigada pelo testemunho de três psicanalistas brasileiras, Maria Rita Kehl, Patrícia Porchat e Miriam Chnaiderman, o presente texto tenciona questões de psicanálise, gênero e feminismo. Esta narrativa é resultado de uma pesquisa em psicanálise construída sob a perspectiva de uma flânerie como processo de investigação, bem como procura elucidar os passos da transformação desse saber em conhecimento. Psicanálise e feminismo possuem diferenças conceituais sobre o que seria o sujeito. O apontamento psicanalítico, a um feminismo identitário, e o questionamento feminista, a certos conceitos psicanalíticos, permitem uma aproximação crítica entre estas duas formas de pensamento. Ao considerar o sujeito um produto de singularização de discursos entendemos que o diálogo entre psicanálise e feminismo é necessário ao desenvolvimento de ambas teorias no que se referem ao sujeito, a cultura e a vida em sociedade.
Palavras-chave: sujeito; psicanálise; feminismo; gênero.
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