HISTÓRIAS SÁFICAS NÃO CONTADAS: UM RECORTE NAS SUBJETIVIDADES LÉSBICAS AFETADAS POR PRODUÇÕES NARRATIVAS

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.9771/rf.v11i2.53333

Palabras clave:

mídia, representatividade, lésbicas, subjetividade, narrativas

Resumen

Ao longo da existência do entretenimento, a vivência humana é representada de forma similar à vida real para divertir e emocionar os espectadores. Entretanto, no caso de mulheres lésbicas, a mídia acaba as retratando de forma estereotipada, atribuindo-as frequentemente um final trágico de solidão, conversão ou suicídio. O objetivo desta pesquisa é analisar como essas narrativas hegemônicas impactam nas produções de subjetividades lésbicas. Essa pesquisa qualitativa utiliza-se de uma metodologia cartográfica, na qual rodas de conversa com mulheres lésbicas são registradas em diário de campo. Por fim, o estudo indica que as representações midiáticas afetam a percepção de lésbicas sobre si mesmas, patologizando suas subjetividades e contribuindo para a negação da própria orientação sexual.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Biografía del autor/a

Ariane Corrêa Ferreira, Universidade Franciscana (UFN)

Graduada em Psicologia pela Universidade Franciscana de Santa Maria, Mestranda em Ensino de Humanidades e Linguagens também pela Universidade Franciscana de Santa Maria, tendo auxílio da CAPES para realização do Mestrado. Atua como Psicóloga e tem interesse em temáticas relacionadas a gênero, sexualidade e psicologia social.

Marília Meneghetti Bruhn

Doutoranda em Psicologia Social e Institucional pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Mestra pelo Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social e Institucional (PPGPSI) da UFRGS. Especialista em Sociopsicodrama pelo Instituto de Desenvolvimento Humano (IDH), certificado pela Federação Brasileira de Psicodrama (FEBRAP); Psicóloga graduada pelo Centro Metodista de Educação - IPA com ênfase em Saúde Coletiva e Direitos Humanos. É professora assistente da Universidade Franciscana (UFN) e do Centro Universitário do Vale do Ribeira (UNIVR/UNISEPE). Integra o Grupo de Estudo em Psicologia Social, Políticas Públicas e Produção de Subjetividades (GEPS/UFRGS).

Citas

ABREU, K. C. Kr; SILVA, R. S. História e tecnologias da televisão, Biblioteca Online de Ciências da Comunicação. p. 1-12, 2012. Disponível em: <http://www.bocc.ubi.pt/pag/abreu-silva-historia-e-tecnologias-da-televisao.pdf.> Acesso em: 18 jun. 2022.

ADICHIE, C. O perigo de uma história única. 1ª ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.

AMATO, B. BARBOSA GOMES, A.; DE AVILA MOREIRA, M. R. .Eu não sou o homem da relação: Ressignificação butch como operação política, agenciamento pós-humano e transprodução de feminilidade. Communitas. v. 5, n. 9, p. 110–126, mar, 2021. Disponível em: https://periodicos.ufac.br/index.php/COMMUNITAS/article/view/4607. Acesso em: 18 jun. 2022.

ANDRADE, B. K. L. C. D.; VIANNA, B. C. S. C. Yu gonplei nou ste odon: uma análise da personagem Lexa de “The 100”. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Comunicação Social), Universidade de Brasília, Brasília, 2017. 77 p. Disponível em: <https://bdm.unb.br/handle/10483/19977>. Acesso em: 7 jun. 2022.

BARBOSA, M. Televisão, narrativa e restos do passado. E-Compós, [S. l.], v. 8, 2007. DOI: 10.30962/rec.138. Disponível em: https://www.e-compos.org.br/e-compos/article/view/138. Acesso em: 13 jun. 2022.

BUTLER, J. Problemas de Gênero - Feminismo e Subversão de Identidade. 1ª ed. Rio de Janeiro: Imagem Virtual. 2003.

CARVALHO, V. A; BENSEN, L. R; Seria falta de imaginação ou pura preguiça? A produção de ontologias políticas a partir da performatização de identidades LGBTQ em séries de televisão. In: I Aquenda de Comunicação, Gêneros e Sexualidade. nº 1, 2018, Fabico, Anais do I Aquenda Seminário Nacional de Comunicação, Gêneros e Sexualidades. Porto Alegre, ago. 2018, p. 225 - 238. Disponível em: <https://aquenda.files.wordpress.com/2019/04/aquenda_anais-2.pdf> Acesso em: 4 jun. 2022.

CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA, Tentativas de aniquilamento de subjetividades LGBTI. 1ª ed. Brasília, 2019, 221 p. Disponível em: <https://site.cfp.org.br/publicacao/tentativas-de-aniquilamento-de-subjetividades-lgbtis/> Acesso em: 7 abr. 2022.

CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA (Brasil). Resolução nº 001/99 de 22 de março de 1999. Disponível em: <https://site.cfp.org.br/wp-content/uploads/1999/03/resolucao1999_1.pdf> Acesso em: 21 abr. 2022.

COSTA, L. B. da. Cartografia: uma outra forma de pesquisar. Revista Digital do LAV, Santa Maria, v. 7, n. 2, p. 066–077, ago. 2014. DOI: 10.5902/1983734815111. Disponível em: https://periodicos.ufsm.br/revislav/article/view/15111. Acesso em: 23 jul. 2022.

ESCOLA, Equipe Brasil. "O que é homofobia?" Brasil Escola. Disponível em: <https://brasilescola.uol.com.br/psicologia/homofobia.htm>. Acesso em: 18 dez. 2022.

FIGUEIRÊDO, A. A. F; QUEIROZ, T. N; A utilização de rodas de conversa como metodologia que possibilita o diálogo. In: Fazendo Gênero 10: Desafios Atuais dos Feminismos. 2012, Florianópolis, Seminário Internacional Fazendo Gênero 10, p. 1 - 10. Disponível em: <http://www.fg2013.wwc2017.eventos.dype.com.br/resources/anais/20/1384186533_ARQUIVO_AlessandraAniceto.pdf>. Acesso em: 25 mai. 2022.

FOUCAULT, M. História da Sexualidade I A Vontade de Saber. 13ª ed. Rio de Janeiro: Graal, 1999.

FRANK, G. A história oculta do abuso contra atrizes de “Azul é a Cor Mais Quente”. [online] Disponível em: <https://www.uol.com.br/universa/noticias/redacao/2019/04/24/a-historia-ocultada-do-abuso-contra-atrizes-de-azul-e-a-cor-mais-quente.htm>. Acesso em: 27 out. 2022.

FREUD, Sigmund. A psicogênese de um caso de homossexualismo numa mulher. In: Além do Princípio de Prazer, Psicologia de Grupo e Outros Trabalhos. Rio de Janeiro: Imago. 1996. 91-109.

GALVÃO, W. Psicóloga que oferecia ‘cura’ para gays tem registro cassado no DF e fica impedida de exercer profissão; [Online]. Disponível em: <https://g1.globo.com/df/distrito-federal/noticia/2022/02/18/psicologica-que-oferecia-cura-para-gays-tem-registro-cassado-no-df-e-fica-impedida-de-exercer-profissao.ghtml>, Acesso em: 14 jun. 2022.

GIL, A. C. Modos e técnicas de pesquisa social. 6ª ed. São Paulo: Atlas, 2008.

GONDIM, C. G; Pinturas rupestres: A representação da imaginação do homem primitivo. Revista Temática. Paraíba, n. 04, p. 1 - 11, abr. 2012. Disponível em: <https://periodicos.ufpb.br/ojs/index.php/tematica/article/view/23751/13038>. Acesso em: 14 jun. 2022.

KROEF, R; GAVILLON, P; RAMM, L. Diário de Campo e a Relação do(a) Pesquisador(a) com o Campo-Tema na Pesquisa-Intervenção. Estud. pesqui. psicol. Rio de Janeiro , v. 20, n. 2, p. 464 - 480, ago. 2020 . Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1808-42812020000200005&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 29 jul. 2022. http://dx.doi.org/10.12957/epp.2020.52579.

LOURO, G. L; Cinema e sexualidade. Educação & Realidade, Porto Alegre, v. 33, n. 1, p. 81-97, jan/jun. 2021. Disponível em: <https://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/129184>. Acesso em: 23 abr. 2022.

MACHADO, S. S; Quando todas as cores são o azul, a cor mais fria: Uma análise sobre produções de gênero. Revista Observatório. Palmas, v. 3, n. 1, p.05 - 130, jan./mar. 2017. Disponível em: <https://sistemas.uft.edu.br/periodicos/index.php/observatorio/article/view/3320/9581> Acesso em: 31, mai. 2022.

MELLO. L; BRAZ, C; FREITAS. F. R. A; AVELAR, R. B; Questões LGBT em debate: Sobre desafios e conquistas. Sociedade e Cultura. Goiânia. v. 15, n. 1, p. 151 - 161; jan./jun. 2012. Disponível em: <https://repositorio.bc.ufg.br/bitstream/ri/1484/1/20680-87847-1-PB.pdf>. Acesso em: 16 abr. 2022.

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Mulheres Lésbicas e Bissexuais Direitos, Saúde e Participação Social. Brasília. n. 1. 2013. p. 1 - 32. ISBN 978-85-334-2055-7. Disponível em: <https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/mulheres_lesbicas_bisexuais_direitos_saude.pdf>. Acesso em: 11 mai. 2022.

MORENO, A. N. A personagem homossexual no cinema brasileiro. Tese (Mestrado em Artes) Instituto de Artes, UNICAMP, São Paulo. 1995. 148 p.

OLIVEIRA, E. T; VEDANA, K. G. G; Suicídio e depressão na população LGBT: postagens publicadas em blogs pessoais. SMAD, Rev. Eletrônica Saúde Mental Álcool Drog. (Ed. port.), Ribeirão Preto, v. 16, n. 4, p. 39-48, dez. 2020. Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1806-69762020000400005&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 26 abr. 2022. http://dx.doi.org/10.11606/issn.1806-6976.smad.2020.168145.

PASSOS, A. H. I; PUCCINELLI, B; ROSA, W. As narrativas hegemônicas como normativas excludentes: Raça, gênero e sexualidade. Revista do Centro de Pesquisa e Formação. São Paulo, nº 8, p. 7-22, jul. 2019. Disponível em: <https://portal.sescsp.org.br/files/artigo/3386e89b/9b36/47c5/9714/e651441f98fc.pdf>. Acesso em: 27, abr. 2022.

PETERSEN, N. D; DANIELSEN, L. B; “Lexa was me”: A case study of clexa fandom grieving. Kommunikation Og Digitale Medier, Aalborg, p. 1 - 58, mai. 2017. (tradução minha). Disponível em: <https://www.academia.edu/36593962/_Lexa_was_me_A_case_study_of_Clexa_fandom_grieving>. Acesso em: 8 jun. 2022.

POLESSO, N; Sobre Literatura Lésbica e Ocupação de Espaços. Estudos de Literatura Brasileira Contemporânea. Brasília. n. 61, 31 ago. 2019. Disponível em: <https://www.scielo.br/j/elbc/a/M6fvQXLjWw8fjzjbCTn8RPv/?lang=pt>. Acesso em: 29 nov. 2022.

REDAÇÃO; Elástica Explica: Termos Juvélicos. Elástica. [Online]. Disponível em: <https://elastica.abril.com.br/especiais/termos-juvelicos-genero-atracao-aquileano-safica/#:~:text=Por%20exemplo%3A%20um%20relacionamento%20entre,pode%20ser%20chamado%20de%20sáfica.> Acesso em: 18 dez. 2022.

RIBEIRO, D. O que é lugar de fala? 1ª ed. Belo Horizonte: Letramento. 2017.

RICH, A. Heterossexualidade compulsória e existência lésbica. Bagoas - Estudos gays: gêneros e sexualidades, v. 4, n. 05, 2012. 18-44. Disponível em: <https://periodicos.ufrn.br/bagoas/article/view/2309>. Acesso em: 29 out. 2022.

RODRIGUES, C. Performance, gênero, linguagem e alteridade: J. Butler, leitora de J. Derrida. Sexualidad, Salud y Sociedad. Rio de Janeiro. n. 10, p.40-164. abr. 2012. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S1984-64872012000400007>. Acesso em: 29 jul. 2022.

RODRIGUES, A. P. R. Representatividade LGBTQIA + na mídia: Uma análise da série The 100 acerca do anticonsumo. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Administração) Universidade Federal do Pampa, Santana do Livramento. 2022. 31 f. Disponível em: <https://dspace.unipampa.edu.br/bitstream/riu/7196/1/Ana_Paula__da_Rosa_Rodrigues.pdf> Acesso em: 7 jun. 2022.

ROSSET, T. Uma das cantoras “lésbicas” da dupla t.A.T.u disse que ser gay não é natural; assista e entenda a polêmica. [Online]. Disponível em: <https://vejasp.abril.com.br/coluna/pop/uma-das-cantoras-8220-lesbicas-8221-da-dupla-t-a-t-u-disse-que-ser-gay-nao-e-8220-natural-8221-assista-e-entenda-a-polemica/>. Acesso em: 29 nov. 2022.

SILVA, F. G; Subjetividade, individualidade, personalidade, e identidade: concepções a partir da psicologia histórico-cultural. Psicologia da Educação. Jardim São Paulo, nº 28, p. 169 - 175. mai. 2019. Disponível em: <https://revistas.pucsp.br/psicoeduca/article/view/43108> Acesso em: 14 jun. 2022.

SOUZA, A. C. M; A comunidade LGBT na alemanha nazista: A exclusão histórica de um grupo social. Revista Outras Palavras, Brasília, v. 18, n. 1, p. 44-59, fev. 2021. Disponível em: <http://revista.faculdadeprojecao.edu.br/index.php/Projecao5/article/view/1779/1393>. Acesso em: 28 abr. 2022.

VINUTO, J. A amostragem em bola de neve na pesquisa qualitativa: um debate em aberto. Temáticas, Campinas, v. 22, n. 44, p. 203–220, 2014. DOI: 10.20396/tematicas.v22i44.10977. Disponível em: https://econtents.bc.unicamp.br/inpec/index.php/tematicas/article/view/10977. Acesso em: 2 dez. 2022.

Publicado

2023-10-23

Cómo citar

FERREIRA, A. C. .; BRUHN, M. M. . HISTÓRIAS SÁFICAS NÃO CONTADAS: UM RECORTE NAS SUBJETIVIDADES LÉSBICAS AFETADAS POR PRODUÇÕES NARRATIVAS. Revista Feminismos, [S. l.], v. 11, n. 2, 2023. DOI: 10.9771/rf.v11i2.53333. Disponível em: https://periodicos.ufba.br/index.php/feminismos/article/view/53333. Acesso em: 27 jul. 2024.