“EPISTEMOLOGIAS DA IGNORÂNCIA” E AS PERFORMANCES TEÓRICAS DE BRANQUEAMENTO DA INTERSECCIONALIDADE
o debate entre Sirma Bilge e Nina Lykke
DOI:
https://doi.org/10.9771/rf.10.23.49201Palabras clave:
Interseccionalidade, Performances Teóricas, Feminismo Disciplinar, Sirma Bilge, Nina LykkeResumen
Apresento, neste texto, o debate ainda pouco conhecido no Brasil entre a socióloga turca Sirma Bilge e a crítica dinamarquesa Nina Lykke sobre os usos da interseccionalidade — como conceito e sensibilidade analítica. O embate teve início em 2013, quando Sirma Bilge publicou sua crítica às “feministas disciplinares” (brancas europeias) que, como Nina Lykke, contribuíam para despolitizar a interseccionalidade retirando dela sua categoria fundante: a raça. Sirma Bilge questiona a elaboração de uma “genealogia da interseccionalidade” que se prestou a neutralizar seu potencial crítico e sua orientação para a justiça social. Quase sete anos depois, em 2020, Nina Lykke apresentou sua réplica, assumindo a responsabilidade por seus equívocos analíticos, mas argumentando, ao final, que isso não poderia implicar a invalidação da importância das feministas socialistas na teorização dos imaginários de protesto. Considerando as construções epistemológicas como performances teóricas, o presente estudo se desenvolve no campo dos Estudos Feministas, em sintonia com o das Performances Culturais.
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