GÊNERO E CIÊNCIA: SILENCIAMENTOS E PERDAS

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.9771/rf.10.23.42950

Resumen

O androcentrismo na ciência moderna silencia as vozes das mulheres e gera perda à vida em sociedade. Visa-se no estudo compreender como as relações de gênero se expressam na produção do conhecimento científico e apontar alguns caminhos traçados pelas epistemologias feministas na perspectiva da equidade de gênero e sua relação com o aprimoramento do conhecimento. A ciência moderna foi estruturada a partir do lugar masculino de fala, produzindo e tentando provar a subalternidade da mulher na vida em sociedade. Demonstra-se que a visão androcêntrica, nas análises de realidade e nos marcos interpretativos da ciência tradicional, é essencialista e supõe neutralidade e objetividade do conhecimento. Epistemologias feministas incluem a diversidade na apreensão da realidade da vida, trazendo para a ciência a possibilidade de uma aproximação mais profunda sobre a complexidade da realidade humana.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Biografía del autor/a

Anna Júlia Giurizatto Medeiros, Instituto Federal de Alagoas -IFALUniversidade de Salamanca -USAL

Psicóloga do Departamento de Apoio ao Estudante do IFAL

Doutoranda do Programa de Lógica e Filosofia da Ciência da USAL

Elvira Simões Barretto, Universidade Federal de Alagoas -UFAL

Professora Associada da Faculdade de Serviço Social da Universidade Federal de Alagoas. Vice-coordenadora do PPGSS/UFAL

Citas

AQUINO, Estela Maria Mota Lima Leão. “Gênero e Ciência no Brasil: contribuições para pensar a ação política na busca da equidade”. In: BRASIL. Presidência da República. Secretaria Especial de Política para Mulheres. Pensando gênero e ciência. Encontro Nacional de Núcleos e Grupos de Pesquisas – 2005, 2006. Brasília: Secretaria Especial de Política para Mulheres, 2006.

BANDEIRA, Lourdes. “A contribuição da crítica feminista à ciência”. Estudos feministas. Florianópolis, v.16 (1). 2008. Disponível em https://www.scielo.br/pdf/ref/v16n1/a20v16n1.pdf Acesso em: 10 dez. 2020.

BOURDIEU, Pierre. Coisas ditas. São Paulo: Brasiliense, 2004.

BUTLER, Judith. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. Tradução de Renato Aguiar. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2008.

CHAPMAN, Anne. Los Selk’nam, la vida de los Onas. Buenos Aires: Emecé Editores,1989.

CONNEL Robert Willian. “Políticas de Masculinidade”. Educação e Realidade. Porto Alegre, v. 20 (2), p. 185–206. 1995.

¬______ “A iminente revolução na teoria social”. Revista Brasileira de Ciências Sociais. São Paulo, v. 27 (8). 2012. Disponível em https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-69092012000300001&lng=en&nrm=iso&tlng=en Acesso em: 10 dez. 2020.

ESTÉBANEZ, Emilio García. El Renacimiento: Humanismo e Sociedad. Madrid: Cincel, 1986

FOUCAULT, Michel. Microfísica do Poder. Rio de Janeiro: Graal, 1986.

FRAISSE, Geneviève. Musa de la razón. Madrid: Cátedra, 1991.

FLORES, Joaquín Herrera. “La Construccíon de las garantías. Hacia una concepción antipatriarcal de la liberdad y la igualdad”. In: PIOVESAN, Flávia; SARMENTO, Daniel; IKAWA, Daniela (Orgs.). Igualdade, diferença e direitos humanos. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2008.

GIFFIN, Karen Mary. “Produção do conhecimento em um mundo ‘problemático’: contribuições de um feminismo dialético e relacional”. Estudos Feministas. Florianópolis, v. 14 (3). 2006. Disponível em https://periodicos.ufsc.br/index.php/ref/article/view/S0104-026X2006000300004 Acesso em: 10 dez. 2020.

GOLDELIER, Maurice. La producción de Grandes Hombres: Poder y dominación masculina entre los Baruya de Nueva Guinea. Madrid: Akal, 1986

GÓMEZ, Laura Nuno; CONDE, Henrique Alvarez. “Androcentrismo acadêmico: la ficcion de un conocimiento neutral”. Feminismo/s. v. 29 (1), p. 279–297. 2017.

GONZAGA, João Bernardino. A Inquisição em seu mundo. São Paulo: Saraiva, 1993.

HARDING, Sandra. “A instabilidade das categorias analíticas na teoria feminista”. Revista Estudos Feministas, v. 1 (1), Florianópolis. 1993. Disponível em https://periodicos.ufsc.br/index.php/ref/article/view/15984 Acesso em: 10 dez. 2020.

HÉRITIER, Françoise. Masculino/Femenino. El Pensamiento de la Diferencia. Barcelona: Ariel, 1996.

LETA, Jacqueline. “Mulheres na ciência brasileira: desempenho inferior? Estudos na temática mulher na ciência têm crescido no mundo, inclusive no Brasil, nas últimas décadas”. Revista feminismos. Salvador, v. 2 (21), 139–152. 2014. Disponível em https://pdfs.semanticscholar.org/abcc/5831b0f56d99b86880041579f1d90ee1e340.pdf Acesso em: 10 dez. 2020.

LOPES, Maria Margarett. “As grandes ausentes das inovações em Ciência e tecnologia”. Cadernos Pagu. Campinas, (19), 315–318. 2002. Disponível em https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-83332002000200012&script=sci_arttext&tlng=pt Acesso em: 10 dez. 2020.

NARVAZ, Martha Giudice; KOLLER, Silvia Helena. “Metodologias feministas e estudos de gênero: Articulando pesquisa, clínica e política”. Psicologia Em Estudo. V. 11 (3), 647–654. 2006. Disponível em https://doi.org/10.1590/S1413-73722006000300021. Acesso em: 10 dez. 2020.

OLINTO, Gilda. “A inclusão das mulheres nas carreiras de ciência e tecnologia no Brasil”. Inclusão Social. Brasília – DF, v. 5 (1), 68–77. 2011. Disponível em http://revista.ibict.br/inclusao/article/view/1667. Acesso em: 10 dez. 2020.

ORIENTE, Francisco Ramos. La oralidad y escritura como medios de preservación de la memoria. Mexico: IEBEM – Instituto de la Educación Básica del Estado de Morelos, 2005.

PRADO, Marco Aurélio Máximo; TORRES, Marco Antônio; MACHADO, Frederico Viana; COSTA, Frederico Alves. “A construção de silenciamentos: reflexões sobre a vez e a voz de minorias sociais na sociedade contemporânea”. In: MAYORGA, Cláudia; PEREIRA, Maristela; RASERA, Emerson. (Orgs.). Psicologia Social: sobre desigualdades e enfrentamentos. Curitiba: Juruá, 2010.

RAGO, Margareth. “Epistemologia feminista, gênero e história”. In: PEDRO, Joana Maria, GROSSI, Miriam Pilar. (Orgs.). Masculino, feminino, plural. Florianópolis: Editora Mulheres, 2000.

SANTOS, Boaventura de Souza. A crítica da razão indolente: contra o desperdício da experiência. Para um novo senso comum. A ciência, o direito e a política na transição paradigmática. São Paulo: Cortez, 2005.

SAFFIOTI, Heleieth Iara Bongiovani. “Contribuições feministas para o estudo da violência de gênero”. Cadernos pagu, Campinas: vol 16, 2001. Disponível em https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/cadpagu/article/view/8644541 Acesso em: 10 dez. 2020.

SARDA, Amparo Moreno. La outra ‘politica’de Aristóteles: cultura de masas y divulgación del arquétipo viril. Barcelona: Icaría, 1988.

SCOTT, Joan. “Gênero: uma categoria útil de análise histórica”. Educação & Realidade. Porto Alegre, v. 20 (2), p.71-99. 1995. Disponível em https://seer.ufrgs.br/index.php/educacaoerealidade/article/view/71721 Acesso em: 10 dez. 2020.

TABAK, Fanny. “Apesar dos avanços, os obstáculos ainda persistem”. Cadernos de Gênero e tecnologia. Curitiba, v. 3 (10). 2007. Disponível em periodicos.utfpr.edu.br/cgt/article/view/6164 Acesso em: 10 dez. 2020.

TABORDA, Luana do Rocio; ENGERROFF, Ana Martina Baron. “Mapeando o lugar da Mulher docente na Universidade Federal de Santa Catarina”. Revista Sociais e Humanas. Santa Maria, v. 30, n. 2, p. 55–69. 2017. Disponível em https://periodicos.ufsm.br/sociaisehumanas/article/view/27596 Acesso em: 10 dez. 2020.

TOSTA, André Luiz Zanão; DALTIO, Anderson. “O corpo educado e os corpos abandonados: gênero, educação, currículo e exclusão dos corpos sem consistência”. In: RODRIGUES, Alexandro; BARRETO, Maria Aparecida Santos Corrêa (Orgs.), Currículos, gêneros e sexualidades: experiências misturadas e compartilhadas. Vitória/ES: Edufes: 2013.

Publicado

2022-10-26

Cómo citar

GIURIZATTO MEDEIROS, A. J.; BARRETTO, E. S. GÊNERO E CIÊNCIA: SILENCIAMENTOS E PERDAS. Revista Feminismos, [S. l.], v. 10, n. 23, 2022. DOI: 10.9771/rf.10.23.42950. Disponível em: https://periodicos.ufba.br/index.php/feminismos/article/view/42950. Acesso em: 19 dic. 2024.

Número

Sección

Artigos