GÊNERO E CIÊNCIA: SILENCIAMENTOS E PERDAS
DOI:
https://doi.org/10.9771/rf.10.23.42950Resumen
O androcentrismo na ciência moderna silencia as vozes das mulheres e gera perda à vida em sociedade. Visa-se no estudo compreender como as relações de gênero se expressam na produção do conhecimento científico e apontar alguns caminhos traçados pelas epistemologias feministas na perspectiva da equidade de gênero e sua relação com o aprimoramento do conhecimento. A ciência moderna foi estruturada a partir do lugar masculino de fala, produzindo e tentando provar a subalternidade da mulher na vida em sociedade. Demonstra-se que a visão androcêntrica, nas análises de realidade e nos marcos interpretativos da ciência tradicional, é essencialista e supõe neutralidade e objetividade do conhecimento. Epistemologias feministas incluem a diversidade na apreensão da realidade da vida, trazendo para a ciência a possibilidade de uma aproximação mais profunda sobre a complexidade da realidade humana.
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