Do Mulherio à Capitolina: retratos dos feminismos na mídia brasileira
Resumen
Esta pesquisa teve como objetivo debruçar-se sobre dois periódicos feministas que circularam/circulam no Brasil em diferentes momentos históricos: Mulherio (década de 1980) e Capitolina (desde 2014). Ao analisá-los foi possível verificar permanências, bem como mudanças, tanto na forma como o feminismo se apropria dos meios de comunicação para fazer circular suas agendas, quanto nas pautas abordadas pelo movimento em diferentes momentos de história. O meio digital tem proporcionado diferentes espaços de luta, porém, muitas pautas mantêm-se as mesmas: violência contra as mulheres, aborto, divisão sexual do trabalho. A pluralidade dos feminismos fica mais evidente na Capitolina, em sintonia com a perspectiva interseccional. Espera-se, a partir de tais reflexões, contribuir para os estudos acerca da interface mídia e feminismos, em especial no que tange à imprensa feminista no Brasil.
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