Tecnologias de Gênero e Dispositivo Amoroso nos filmes de animação da Disney
Resumen
Recursos midiáticos representam uma tecnologia de gênero poderosana sociedade ocidental atual, expondo constantemente representações sociais diferenciadas para homens e mulheres. Tendo em vista que os desenhos de animação veiculados para crianças estabelecem um dos primeiros contatos com estes recursos, o presente estudo pretendeu identificar os estereótipos e valores de gênero que atravessam quatro filmes de animação de Walt Disney: “Cinderela”, “A Bela e a Fera”, “A Pequena Sereia” e “Mulan”.Foram analisadas tanto as cenas como as músicas presentes nestes desenhos. A análise aponta para a representação, reafirmação e (re)construção do dispositivo amoroso como caminho privilegiado de subjetivação das mulheres.
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Citas
Louro, Neckel e Goellner (2003, p. 166): “Após a chegada da protagonista, o comportamento e as atitudes da Fera vão sendo modificados. Ele passa a usar outras peças de roupa, caminha utilizando somente seus membros inferiores, aprende a usar talheres”.
NAVARRO-SWAIN, 2006, retirado da web: "Nas fendas do dispositivo da sexualidade, as mulheres são ‘diferentes’, isto é, sua construção em práticas e representações sociais sofre a interferência de um outro dispositivo: dispositivo amoroso. Poder-se-ia seguir sua genealogia nos discursos- filosóficos, religiosos, científicos, das tradições, do senso comum- que instituem a imagem da ‘verdadeira mulher’, e repetem incansavelmente suas qualidades e deveres: doce, amável, devotada (incapaz, fútil, irracional, todas iguais!) e, sobretudo, amorosa. Amorosa de seu marido, de seus filhos, de sua família, além de todo limite, de toda expressão de si"
Navarro-Swain (2006, p.11): É a reprodução de antigas fórmulas que caracteriza as mulheres: doces, devotadas, amáveis e, sobretudo, amantes. O amor as atualiza na expressão identitária de ‘mulheres’: é sua razão de ser e viver. Elas estão dispostas ao sacrifício e ao esquecimento de sipor ‘amor’
Navarro-Swain (2006, s/p): “O corpo é para as mulheres, o eixo de sua existência social”
Timm, Pereira & Gontijo (2011, p. 254): "a universalização e a naturalização dos papéis de gênero na cultura ocidental atribuíram às mulheres um lugar simbólico de resignação, responsabilidade sobre as estruturas ideais de família, incluindo a filiação e a maternidade, e de investimento permanente para se fazerem perceptíveis e atraentes ao olhar de um homem. A mulher, nessa cultura patriarcal ocidental, constitui-se pelo olhar do homem, sentindo-se profundamente desamparada quando não é notada ..."
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