PRETAS: LUTOS & AFETOS
DOI:
https://doi.org/10.9771/rf.v10i2%20e%203.44706Abstract
Este texto, escrito em formato de ensaio, é um convite à reflexão sobre a potência dos afetos. Mais especificamente da compreensão sobre a presença do afeto na vida de mulheres negras. Discuto afetos - a partir da Teoria dos Afetos de Baruch de Espinoza (2009) - com o firme objetivo de abstrair as ideias e os argumentos necessários à compreensão de como esses afetos agem sobre o corpo e a mente. Também demonstrar como os conceitos espinosianos do desejo são balizadores das práticas contemporâneas. Assim, apresento como os afetos suscitam subsídios que tratados adequadamente, podem aumentar a capacidade do agir, da espontaneidade e de autonomia. Isto diz da relação com a própria vida. O meu anseio é o de que a compreensão da importância dos afetos e a identificação dos meios de como proceder quando da passagem da passividade ou da submissão passional frente às causas externas, sejam bases para se chegar à ação ou a atividade. E, dessa forma, que seja possível fortalecer as paixões alegres e o desejo - antes recriminado, mas que é a própria essência de cada ser. A aceitação do desejo como parte de si está relacionada à percepção sobre o próprio corpo, e com a possibilidade de fazer as pazes com o espelho da alma. Espero que, ao reconhecer a relevância dos bons encontros, que as pessoas fiquem melhores consigo mesmas. Espero ainda que este conhecimento e reconhecimento possam afetar particularmente as mulheres negras, diante das paixões alegres e que assim possam reforçar sua potência de agir amorosamente.
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