Entre Brasil e Irlanda, 10 anos de afetos e opressões: um estudo de caso sobre migração à trabalho
Abstract
Este texto aborda o trabalho de cuidado a partir das memórias de Ana, mulher nordestina, migrante e mãe da autora. Tem-se como interlocutoras a Ana e a sua irmã Elza (as duas mães da autora). Por meio da metodologia história de vida, com o instrumento da entrevista semiestruturada e a partir do conceito de divisão sexual do trabalho e das teorias de cuidados, discute-se no trabalho as relações sociais em torno das categorias casa, família, maternidades; relativos à migração e ao trabalho doméstico remunerado ou não. O objetivo é entender como as estruturas de opressão sociais, históricas e econômicas atravessam sua história, na condição de migrante brasileira na Europa, especificamente como a divisão sexual do trabalho opera nessas dinâmicas e como as Ana percebe. Por fim, identificamos que ela não percebe as relações no campo da opressão ou exploração e que a afetividade no seu emprego doméstico fomentam as mais-valias, opressões e desigualdades.
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