MULHERES NEGRAS & MITOS RACIAIS HEGEMÔNICOS
DOI:
https://doi.org/10.9771/rf.v11i2.55231Palavras-chave:
mulheres negras; sindemia do COVID-19; genocídio da população negra; população negra na política.Resumo
As mulheres negras representam o recorte da população que pior vivencia os impactos e
efeitos desastrosos das diferentes desigualdades, características do tecido social brasileiro.
Prevalece, em todo o país, principalmente sob o amparo da estrutura política atual, o forte
anseio de branqueamento progressivo da população. Para tanto, além de desejar, grupos
hegemônicos orientam e agem, através do genocídio da população negra, e, sobretudo, dos
jovens e mulheres negras, na expectativa de que as pessoas negras, como um todo,
desapareçam. Este artigo, pautado na estratégia epistemológica da Escrevivência de Conceição Evaristo, tem por objetivo provocar deslocamentos e desconfortos, além de somar aos condutores da promoção de transformações do contexto desumano no qual experimentaram a vida nossa ancestralidade, e, como sobrevivem, ainda hoje, a maioria das mulheres negras no país. Uma das principais condições para mudança efetiva desse contexto é a presença negra nos espaços de poder e, sobretudo, na espera política. É preciso apresentar novos retratos. Descolar a imagem das mulheres negras dos processos impostos de inseguranças, em especial a alimentar, além das demais causas de adoecimentos - diante da imposição da miséria, da inação diante dos indicadores alarmantes em relação ao feminicídio e da falta de perspectiva de vida. É tornar comum imagens que retratem as mulheres negras em suas potencialidades, acolhendo nossos encaminhamentos para o Bem Viver.
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