A (AUTO)NARRATIVA DE VIDA COMO MÉTODO REFLEXIVO DOS PAPÉIS IDENTITÁRIOS DE PESQUISADORAS FEMINISTAS

Autores

DOI:

https://doi.org/10.9771/rf.v12i1.53970

Palavras-chave:

(auto)narrativa de vida, reflexividade, identidade

Resumo

Este trabalho apresenta o método de (auto)narrativa de vida e o utiliza em um estudo empírico. Neste estudo, explora-se a experiência da Autora, pesquisadora que sobreviveu a violência de gênero. Como método de autoetnografia, a (auto)narrativa de vida materializa a reflexividade de sujeitos que têm sido historicamente usados como objetos, através da compreensão dos elementos de suas identidades e alteridades. Assim, este trabalho demonstra a construção metodológica da ferramenta que foi baseada no método narrativo sugerido por Montgomery (2016). Com base nos resultados, argumenta-se que a aplicação do método de (auto)narrativa de vida possibilita as pesquisadoras envolvidas compreender suas identidades como dúbias e/ou fluidas. A conclusão do presente estudo estimula novas pesquisas na área e auxilia a pesquisadoras racializadas a desenvolverem suas pesquisas por meio de uma compreensão profunda dos significados de seus papéis identitários.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Gabriela Rabello de Lima, Université du Québec à Montréal

Doutoranda e mestra em Comunicação pela Université du Québec à Montréal. Graduada em Administração pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Seus interesses de pesquisa incluem a área de Gênero, Política externa, Comunicação Política e Comunicação Organizacional. Atualmente é pesquisadora membro do Institut de recherches et d'études féministes (IREF); Groupe de Recherche sur la Communication Organisante (RECOR) e da Red Latinoamericana de Investigación en Comunicación Organizacional (RedLAco).

Consuelo Vásquez , Université du Québec à Montréal

Professora titular de Comunicação Organizacional no Departamento de Comunicação Social e Pública da Université du Québec à Montréal. Seus interesses de pesquisa incluem etnografia, a constituição comunicativa das organizações e epistemologias do Sul. Coordena o projeto de pesquisa “Mapeando la Comunicación Organizacional en América Latina”. É cofundadora do Groupe de recherche sur la communication organisante (RECOR) e da Red Latinoamericana de Investigación en Comunicación Organizacional (RedLAco).

Referências

AKOTIRENE, C. Interseccionalidade. São Paulo: Sueli Carneiro : Pólen, 2019.

ALMEIDA, S. Racismo estrutural. São Paulo: Sueli Carneiro : Pólen, 2019.

ALVESSON, M.; SKOLDBERG, K. Reflexive Methodology: New Vistas For Qualitative Research. London: SAGE Publications Ltd, 2017.

BASILE, S. Lignes directrices en matière de recherche avec les femmes autochtones. Quebec, CANADA: Femmes autochtones du Québec Inc., 2012.

BRUN, P. Le récit de vie dans les sciences sociales. Revue Quart Monde, v. 188, n. 4, 2003.

CARNEIRO, A. S. A construção do outro como não-ser como fundamento do ser. Tese (Doutorado em Filosofia da educação)—São Paulo, Brasil: Universidade de São Paulo, 2005.

CHINN, S. E. Performative Identities: From Identity Politics to Queer Theory. Em: The SAGE Handbook of Identities. 1 Oliver’s Yard, 55 City Road, London EC1Y 1SP United Kingdom: SAGE Publications Ltd, 2010. p. 104–124.

COLLINS, P. H. Black Feminist Thought: Knowledge, Consciousness, and the Politics of Empowerment. 2nd. ed. [s.l.] Routledge, 1990.

DORAIS, L.-J. La construction de l’identité. Discours et constructions identitaires, Culture française d’Amérique. p. 1–11, 2004.

EMIRBAYER, M. Manifesto for a Relational Sociology. American Journal of Sociology, v. 103, n. 2, p. 281–317, set. 1997.

ETTORRE, E. Autoethnography As Feminist Method : Sensitising the Feminist “I”. 1. ed. London: Routledge, 2016.

HARDING, S. Standpoint Theories: Productively Controversial. Hypatia, v. 24, n. 4, p. 192–200, 2009.

HOOKS, B. Talking Back: thinking feminist - thinking black. Toronto, Ont., Canada: Sheba Feminist Press, 1989.

HOOKS, B. Ensinando a transgredir: a educação como prática da liberdade. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2013.

KILOMBA, G. Memórias da plantação: Episódios de racismo cotidiano (Plantation Memories: Episodes of Everyday Racism). 1.ed 2008 ed. [s.l: s.n.].

LORDE, A. Sister Outsider: Essays and Speeches. 1. ed. New York, NY: Crown Publishing Group, 1984. v. 3

MONTGOMERY, C. Narratives as tools in intercultural intervention with immigrant and refugee populations. Em: AL-KRENAWI, A.; GRAHAM, J. R. (JOHN R., 1964-; HABIBOV, N. (Eds.). Diversity and social work in Canada. Don Mills, Ontario, Canada: Oxford University Press, 2016. p. 220–246.

OYĚWÙMÍ, O. Invention Of Women: Making An African Sense Of Western Gender Discourses. First Edition ed. Minneapolis: Univ Of Minnesota Press, 1997.

RIBEIRO, K. Filosofia Africana: afirmações epistemológicas de sua existência. Em: FIGUEIREDO, A. (Ed.). Capim limão: ensaios sobre produção do conhecimento, material didático e outros textos. Rio de Janeiro, Brazil: [s.n.]. p. 38–53.

SANTOS, S. M. A. O método da autoetnografia na pesquisa sociológica: atores, perspectivas e desafios. Plural, v. 24, n. 1, p. 214–241, 30 ago. 2017.

SCOTT, J. Genre : Une catégorie utile d’analyse historique. Les Cahiers du GRIF, v. 37, n. 1, p. 125–153, 1988.

SCOTT, J. W. The Evidence of Experience. Critical Inquiry, v. 17, n. 4, p. 773–797, 1991.

SIMONET, P. J. Bruner. Pourquoi nous racontons-nous des histoires ? L’orientation scolaire et professionnelle, n. 34/2, p. 273–275, 15 jun. 2005.

TYNAN, L. What is relationality? Indigenous knowledges, practices and responsibilities with kin. cultural geographies, v. 28, n. 4, p. 597–610, 1 out. 2021.

Downloads

Publicado

2024-05-29

Como Citar

RABELLO DE LIMA, G.; VÁSQUEZ , C. . A (AUTO)NARRATIVA DE VIDA COMO MÉTODO REFLEXIVO DOS PAPÉIS IDENTITÁRIOS DE PESQUISADORAS FEMINISTAS. Revista Feminismos, [S. l.], v. 12, n. 1, 2024. DOI: 10.9771/rf.v12i1.53970. Disponível em: https://periodicos.ufba.br/index.php/feminismos/article/view/53970. Acesso em: 17 jul. 2024.

Edição

Seção

Artigos