SUBVERSIVAS, ADJETIVO FEMININO: UM PERFIL DAS MULHERES MORTAS E DESAPARECIDAS PELA DITADURA CIVIL-MILITAR BRASILEIRA (1964-1985)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.9771/rf.v11i1.53114

Palavras-chave:

Ditadura Civil-Militar, Gênero, Mulheres, Violência

Resumo

Entre 1964 e 1985, o Brasil viveu sob uma ditadura civil-militar alinhada aos preceitos da Doutrina de Segurança Nacional (DSN). Com base na DSN, massivas e sistemáticas violações aos direitos humanos foram realizadas pela ditadura contra a oposição. Este artigo tem como objetivo central traçar um perfil das mulheres que foram mortas e desaparecidas pela ditadura brasileira. Com base em pesquisa documental e mediante análise qualitativa foram organizados, compilados e analisados dados sobre 45 mulheres vítimas do aparato repressivo. O artigo encontra-se organizado em duas partes. Na primeira, discute-se a relação entre gênero e militância, contextualizando a questão com os fatos da ditadura brasileira. Na segunda, apresenta-se os dados compilados sobre as mulheres que foram mortas e desaparecidas pela repressão política, buscando-se evidenciar a existência de crimes associados ao gênero das vítimas.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Isabela Rodrigues do Nascimento, Universidade Federal de Pelotas

Mestranda no Programa de Pós-Graduação em Ciência Política da Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Bolsista da CAPES. Bacharel em Ciências Sociais pela UFPel e integrante do Núcleo de Pesquisa sobre Políticas de Memória (NUPPOME). Contato: isabelarodriguessn@gmail.com

Carlos Artur Gallo, Universidade Federal de Pelotas

Doutor em Ciência Política pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul [UFRGS, Porto Alegre, 2016], com Estágio Doutoral realizado junto à Facultad de Ciencias Políticas y Sociología da Universidad Complutense de Madrid [UCM, Madri - Espanha, 2014-2015]. Professor no Departamento de Sociologia e Política [DESP] e no Programa de Pós-Graduação em Ciência Política da Universidade Federal de Pelotas [UFPel]. 

Referências

ARQUIDIOCESE DE SÃO PAULO. Brasil: nunca mais. Petrópolis: Editora Vozes, 1985.

BRASIL. Comissão Nacional da Verdade. Relatório Final da Comissão Nacional da Verdade. Brasília: CNV, 2014.

_____. Secretaria Especial dos Direitos Humanos. Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos. Direito à memória e à verdade: Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos. Brasília: Secretaria Especial dos Direitos Humanos, 2007. 400p.

GALLO, Carlos Artur. O Cone Sul entre a memória e o esquecimento: elementos para uma comparação. Revista Debates, Porto Alegre, v.11, n.3, p. 57-78, 2017.

JELÍN, Elizabeth. El género en las memorias de la represión política. Revista Mora, Buenos Aires, n.7, p.128-137, 2001.

_____. NUPPOME Entrevista: Entrevista com Elizabeth Jelín. Cadernos do NUPPOME,Pelotas, ano 1, n.2, p. 5-12, 2019.

LOPES, Ana Maria D’Ávila; LIMA, Martonio Mont’Alverne Barreto. Género y Justicia Transicional: la Violencia Contra la Mujer en el Marco de los Conflictos Armados.In: ALMADA, Martín; MAUÉS, Antonio Moreira (Org.). Verdade, Justiça e reparação na América Latina.Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2015.

MERLINO, Tatiana. OJEDA, Igor (Org.). Luta, substantivo feminino. Direito à Memória e à Verdade.Brasília/São Paulo: SEDH/PR/Editora Caros Amigos, 2010.

PADRÓS, Enrique Serra. América Latina: Ditaduras, Segurança Nacional e Terror de Estado. História e Luta de Classes, Rio de Janeiro, n.4, p.43-49, jul. 2007.

_____. Repressão e violência: segurança nacional e terror de Estado nas ditaduras latino-americanas. In: FICO, Carlos; et al. (Org.).Ditadura e democracia na América Latina:balanço histórico e perspectivas. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2008. p. 143-178.

PEDRO, Joana Maria; WOLFF, Cristina Scheibe (Org.). Gênero, feminismos e ditaduras no Cone Sul. Florianópolis: Editora Mulheres, 2010.

SAFFIOTI, Heleieth Iara Bongiovani. Contribuições feministas para o estudo da violência de gênero. Cadernos Pagu, Campinas, n.16, p. 115–136, 2016.

SCOTT, Joan Wallach. Gênero, uma categoria útil de análise histórica. Revista Educação e Realidade, Porto Alegre, v. 15, n. 2, jul./dez. 1995.

_____. Tornando-se visível. In: SILVA, A. L.; LAGO, M. C. S.; RAMOS, T. R. O. (Org.). Falas de gênero. Florianópolis: Editora Mulheres, 1999. p. 21-55.

TEGA, Danielle. Tramas da memória: um estudo de testemunhos femininos sobre as ditaduras militares no Brasil e na Argentina. Tese (doutorado). Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Campinas, SP, 2015.

TELES, Maria Amélia de Almeida. Violações dos direitos humanos das mulheres na ditadura. Estudos feministas, Florianópolis, v.23, n.3, p. 1001-1022, 2015.

VARGAS, Mariluci Cardoso de; MÉNDEZ, Natalia Pietra. O Movimento Feminino pela Anistia no Brasil (1975-1979) entre múltiplos horizontes e limites. In: GALLO, Carlos Artur (Org.). Anistia: 40 anos, uma luta, múltiplos significados. Rio de Janeiro: Gramma, 2019. p. 7-42.

Downloads

Publicado

2023-07-07

Como Citar

RODRIGUES DO NASCIMENTO, I.; GALLO, C. A. SUBVERSIVAS, ADJETIVO FEMININO: UM PERFIL DAS MULHERES MORTAS E DESAPARECIDAS PELA DITADURA CIVIL-MILITAR BRASILEIRA (1964-1985). Revista Feminismos, [S. l.], v. 11, n. 1, 2023. DOI: 10.9771/rf.v11i1.53114. Disponível em: https://periodicos.ufba.br/index.php/feminismos/article/view/53114. Acesso em: 30 abr. 2024.