“A coragem de ser” trabalhadora rural nordestina: narrativas de mulheres teimosamente viventes
Resumo
O artigo se propõe a investigar e visibilizar práticas discursivas contra-hegemônicas, com ênfase nas histórias e experiências construídas pelas mulheres trabalhadoras rurais do Movimento da Mulher Trabalhadora Rural do Nordeste (MMTR-NE). Vinculando o percurso depredador da narrativa hegemônica a um projeto de dominação e normatividade, a autora defende que o apagamento é uma estratégia antiga de manutenção da concentração de poder e recursos, denunciando como o elemento da farsa está sempre presente nos jogos de manipulação de dizibilidades. O texto reflete a própria região como produto de um discurso que sustenta estruturas, produz sentidos e sensibilidades – e a estereotipia colonial encena um Nordeste que precisa de tutela, um Nordeste de pele escura, ignorante e bárbaro. Considerando toda formação discursiva como fundamentalmente um lugar de poder, o texto se inspira principalmente nas heranças do pensamento feminista negro, pois como Neusa Santos já declarou, “construir um discurso sobre si mesma é um dos caminhos de avançar em autonomia”, para aprender com a teimosia das trabalhadoras rurais em insistir na autodefinição de si mesmas, produzindo assim fissuras e aberturas possíveis, nos roçados, no cinema e nas universidades.
Downloads
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Autoras/es que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1. Autoras/es mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution License que permitindo o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista.
2. Autoras/es têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3. Autoras/es têm permissão e são estimuladas/os a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.