Pisada de cabocla: capoeira como veículo de ancestralidade, memória e resgate feminista da história

Autores

  • Joana Brandão Tavares Universidade Federal do Sul da Bahia

Resumo

Maria Cachoeira, Maria 12 Homens, Júlia Endiabrada, Júlia Satanás e outras mulheres entraram para a história da capoeira, nos séculos passados, quando a arte ainda era vivenciada na ilegalidade, sob perseguição de ordem imperiais e coloniais escravocratas e racistas. E hoje, quem são e como jogam a capoeira na roda da vida as Marias, Júlias, Catu, Olídias? Este artigo busca desenvolver reflexões sobre o processo de construção de um documentário sobre duas jovens capoeiristas negras em Salvador (Bahia), relacionando a vivência destas mulheres e suas memórias individuais com uma compreensão das diversas dimensões da prática da capoeira na contemporaneidade.

Palavras-chave: capoeira; mulheres negras; ancestralidade africana; Nzinga.

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Biografia do Autor

Joana Brandão Tavares, Universidade Federal do Sul da Bahia

Docente do Instituto de Humanidades, Artes e Ciências do Campus Paulo Freire, Universidade Federal do Sul da Bahia (IHAC/CPF). Pesquisa gênero e povos indígenas, cinema e feminismo, cinema documentário, jornalismo comunitário.

Referências

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Publicado

2020-11-10

Como Citar

BRANDÃO TAVARES, J. Pisada de cabocla: capoeira como veículo de ancestralidade, memória e resgate feminista da história. Revista Feminismos, [S. l.], v. 7, n. 3, 2020. Disponível em: https://periodicos.ufba.br/index.php/feminismos/article/view/41950. Acesso em: 26 abr. 2024.

Edição

Seção

Dossiê Justiça Reprodutiva