Pisada de cabocla: capoeira como veículo de ancestralidade, memória e resgate feminista da história

Autores

  • Joana Brandão Tavares Universidade Federal do Sul da Bahia

Resumo

Maria Cachoeira, Maria 12 Homens, Júlia Endiabrada, Júlia Satanás e outras mulheres entraram para a história da capoeira, nos séculos passados, quando a arte ainda era vivenciada na ilegalidade, sob perseguição de ordem imperiais e coloniais escravocratas e racistas. E hoje, quem são e como jogam a capoeira na roda da vida as Marias, Júlias, Catu, Olídias? Este artigo busca desenvolver reflexões sobre o processo de construção de um documentário sobre duas jovens capoeiristas negras em Salvador (Bahia), relacionando a vivência destas mulheres e suas memórias individuais com uma compreensão das diversas dimensões da prática da capoeira na contemporaneidade.

Palavras-chave: capoeira; mulheres negras; ancestralidade africana; Nzinga.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Joana Brandão Tavares, Universidade Federal do Sul da Bahia

Docente do Instituto de Humanidades, Artes e Ciências do Campus Paulo Freire, Universidade Federal do Sul da Bahia (IHAC/CPF). Pesquisa gênero e povos indígenas, cinema e feminismo, cinema documentário, jornalismo comunitário.

Referências

Referências bibliográficas

ABRAHÃO, Maria Helena Menna. Memória, narrativas e pesquisa autobiográfica. Barreto Abrahão. In. História da Educação, ASPHE/FaE/UFPel, Pelotas, n. 14, pp. 75-95, 2003.

AKOTIRENE, Carla. O que é Interseccionalidade. São Paulo: Sueli Carneiro, 2019.

ARAÚJO, R.C. Elas Gingam!. In: PIRES et al (Org.). Capoeira em múltiplos olhares - estudos e pesquisas em jogo. 1ed. Cruz das Almas e Belo Horizonte: EDUFRB e Fino Traço, 2016, v. 13, p. 371-382.

BARBOSA, M. J. S. A mulher na capoeira. In: Arizona Journal of Hispanic Cultural Studies. Vol. 9, 2005. pp 09-28.

BARRAIS, Luana. (Po)éticas da escrivivência. In. Estudos de Literatura Brasileira Contemporânea, n. 51, p. 22-40, 2017.

BUTLER, Judith. Actos performativos e constituição de género. Um ensaio sobre fenomenologia e teoria feminista. In. MACEDO, Ana Gabriela; RAYNER, Francesca (org.). Género, cultura visual e performance: antologia crítica. Braga: Edições Humus, 2011. pp. 69-88.

CAMPOS, Helio. Capoeira na universidade: Uma trajetória de resistência. Salvador: SCT. EDUFBA, 2001

COMBAHEE RIVER COLLECTIVE: A Black Feminist Statement. In Gloria Hull, Patricia Scott, and Barbara Smith, eds. All the Women are White, All the Blacks are Men, But Some of Us Are Brave. New York: The Feminist Press. 1982, p. 13-22.

HALBWACHS, Maurice. A memória coletiva. São Paulo: Centauro, 2006. __________. A memória coletiva. São Paulo: Revista dos Tribunais Ltda/Vértice,

LINS DE BARROS, Myriam Moraes. Memória, experiência e narrativa. In. Iluminuras, Porto Alegre, v.12, n. 29, p. 4-17, jul./dez. 2011.

MELO, Glenda Cristina Valim de; LOPES, Luiz Paulo da Moita. A performance narrativa de uma blogueira: “Tornando-se preta em um segundo nascimento”. Alfa, rev. linguíst. (São José Rio Preto) [online]. 2014, vol.58, n.3, pp. 541-569.

OLIVEIRA, Eduardo David de. Filosofia da ancestralidade como filosofia africana: educação e cultura afro-brasileira. In. Revista Sul-Americana de Filosofia e Educação – RESAFE. Número 18: maio-outubro/2012. Pp. 28-47.

PAREDES, Margarida. Mulheres heroicas: Njinga Mbandi e Deolinda Rodrigues, masculinidades femininas como estratégia de resistência e subversão. Mimeo.

POLLAK, Michael. Memória, Esquecimento, Silêncio. In. Estudos Históricos, Rio de Janeiro, vol. 2, n. 3, 1989, p. 3-15

SALVATICI, Silvia. Memórias de gênero: reflexões sobre a história oral de mulheres. In. História Oral, v.8, n.1, p. 29-42, jan.-jun., 2005.

SCHWARCZ, Lilia. Uma história de diferenças e desigualdades: as doutrinas raciais do Século XIX. In: O Espetáculo das Raças. SP: Cia das Letras, 1993.

SCOTT, JOAN W. Gênero: uma categoria útil de análise histórica. Mulher e realidade: mulher e educação. Porto Alegre: Vozes, v. 16, n. 2, jul/dez 1990.

SOUZA, Edinelia Maria de Oliveira. História oral, memórias e campesinato negro/ mestiço na Bahia pós-abolição. In. História Oral, v. 16, n. 2, p. 55-71, jul./dez. 2013.

TEDESCHI, Losandro Antonio. Os lugares da história oral e da memória nos estudos de gênero. In. OPSIS, Catalão, v. 15, n. 2, p. 330-343, 2015.

TRUTH, S. Ain’t I a woman? s/d. Disponível em: http://www.feminist.com/resources/ artspeech/genwom/sojour.htm. Acesso em; 14 de fevereiro de 2018.

Downloads

Publicado

2020-11-10

Como Citar

BRANDÃO TAVARES, J. Pisada de cabocla: capoeira como veículo de ancestralidade, memória e resgate feminista da história. Revista Feminismos, [S. l.], v. 7, n. 3, 2020. Disponível em: https://periodicos.ufba.br/index.php/feminismos/article/view/41950. Acesso em: 18 nov. 2024.

Edição

Seção

Dossiê Justiça Reprodutiva