Práticas educativas da capoeira no século XX: reflexões a partir de aspectos biográficos de mestres da arte
DOI:
https://doi.org/10.9771/re.v8i3.27393Palavras-chave:
Capoeira. História. Educação.Resumo
A capoeira, como possibilidade de manifestação recreativa, ginástica, esportiva, artística e/ou sistema de defesa pessoal, possui uma potencialidade educativa que se evidencia pela característica de perpetuação e resistência cultural ao longo dos séculos. A fim de solucionar questionamentos relacionados à gênese dos métodos de ensino dessa prática, torna-se relevante uma análise de natureza qualitativa sobre aspectos da biografia de alguns expoentes da capoeira brasileira do século XX. Para tanto, foram adotados procedimentos técnicos de pesquisa em História, cujo objetivo centrou-se em refletir sobre práticas educativas da capoeira. Priorizou-se a seleção de fontes biográficas primárias que narrassem as histórias de vida de Bimba, Canjiquinha, Cobrinha Verde, Noronha, Pastinha e Waldemar, alguns dos inúmeros capoeiristas baianos que vivenciaram o início do processo de valorização social e de institucionalização da capoeira no século passado. Foram utilizadas as obras de: Abreu (2003), Almeida (1994), Canjiquinha (1989), Coutinho (1993), Pastinha (1960), Polak, Santana e Araújo (2011) e Santos (1991). A reflexão foi estimulada através do levantamento de informações sobre o início do aprendizado, concepção de capoeira, narrativas do ensino propriamente dito e possíveis correlações com aspectos de economia e de gênero. De acordo com essas categorias de análise, promoveu-se um direcionamento à compreensão do contexto histórico educacional que envolveu o processo de afirmação social dessa prática.Downloads
Referências
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